No 35º aniversário da promulgação da Constituição Federal de 1988, um marco na história política e jurídica do Brasil, uma realidade preocupante é revelada: ao longo dessas três décadas e meia, 162 dispositivos da Constituição permanecem sem regulamentação adequada. Isso significa que esses dispositivos, apesar de estarem previstos na Constituição, não possuem regras específicas para sua implementação, deixando uma lacuna significativa no sistema jurídico brasileiro.
A ausência de regulamentação impacta diretamente a eficácia da Constituição como um todo. Entre os dispositivos que aguardam regulamentação, destacam-se assuntos de grande relevância, como os direitos dos povos indígenas, questões relacionadas à segurança pública e preservação do meio ambiente. Esses temas são críticos para a sociedade brasileira e, sem regras claras para sua aplicação, ficam sujeitos a interpretações diversas e, por vezes, a falta de efetivação. Essa informação chama atenção para a necessidade urgente de revisão da Constituição. Desde a sua promulgação, o Brasil passou por transformações sociais, econômicas e tecnológicas significativas que não estavam previstas na época. Questões como o avanço da tecnologia e a digitalização da sociedade não foram contempladas pela Constituição de 1988, o que torna essencial adaptar o texto às demandas contemporâneas.
Em resumo, a lacuna na regulamentação de dispositivos constitucionais, ressalta como isso afeta diretamente a aplicação dos direitos e princípios fundamentais estabelecidos pela Constituição de 1988. Isso prova a importância de revisar a Constituição para que ela continue sendo um instrumento eficaz na proteção dos direitos dos cidadãos e na promoção do desenvolvimento do país, refletindo as mudanças e desafios que o Brasil enfrenta atualmente. Esta questão vai além da mera questão jurídica e tem implicações profundas no Estado de Direito e na proteção dos direitos humanos no Brasil.