A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-AC), deve ter vivido alguns dias com flashbacks de sua primeira passagem pela pasta nos governos Lula 1 e Lula 2. O esvaziamento de seu ministério pelo Congresso Nacional, moeda de troca com o governo para aprovar o arcabouço fiscal, pegou mal — e não apenas entre os ambientalistas.
Ocorre que o Brasil é uma potencia ambiental, e não há nada hoje em dia que possa agregar mais valor à nossa economia do que soluções ambientais. O diabo é que o Brasil vive de commodities — e os produtores de nossas commodities não são exatamente muito amigos das práticas sustentáveis.
E se fossem, quem os representa no parlamento, não seriam. Longe disso.
Enfim, o governo federal aproveitou esta segunda (5), dia do Meio Ambiente, para lançar um programa de combate ao desmatamento da Amazônia, e Marina, presente, não se furtou a falar da subtração vivida pelo ministério no Congresso.
“Não posso concordar porque vão na contramão daquilo que significa ter legislação ambiental robusta e [que] faça com que o Ministério do Meio Ambiente possa cumprir com suas atribuições que lhe são conferidas na Constituição e em todas as leis que asseguraram a criação do sistema nacional de meio ambiente”, disse.
Pela manhã, Marina aproveitou para publicar em sua conta do Twitter uma foto de 1997, para rememorar sua própria história em prol do meio ambiente. Lembrou Chico Mendes, lembrou Bruno e Don Phillips. E escreveu:
“As datas são pontos de referência numa luta que é contínua e, para mim, já se estende por mais de quatro décadas. E o dia de hoje, mundialmente dedicado ao Meio Ambiente, é marcado pelo luto das grandes perdas, mas também pela continuidade do compromisso.”