O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tem usado suas viagens internacionais para angariar apoio financeiro – e bélico – em sua trincheira de defesa contra a invasão russa. Nesta sexta (19), ele falou no summit de líderes árabes em Jeddah, na Arábia Saudita, prólogo de seu desembarque no fim de semana em Hiroshima, no Japão, para um encontro com a cúpula do G7.
No Japão, Zelensky pode vir a se entrevistar com Lula, que vem buscando protagonismo mundial na crise provocada por Vladimir Putin ao invadir a Ucrânia. Mas Lula, que vem falando em liderar um certo “clube da paz”, já equalizou, como se sabe, a responsabilidade da guerra, ou ao menos da manutenção do conflito, entre Putin e Zelensky.
Em Jeddah, Zelensky não fechou os olhos à presença de líderes que expressam apoio aos russos – caso do presidente sírio, Bashar al-Assad, que participou pela primeira vez em uma década da cúpula árabe.
E foi na jugular: “Mesmo que haja pessoas aqui na cúpula que tem diferente visão da guerra, chamando-a de conflito, assim mesmo tenho certeza que podemos nos unir para libertar pessoas das gaiolas e prisões russas. Infelizmente, há alguns no mundo, e aqui entre vocês, que fecham os olhos para as prisões e anexações ilegais [dos russos]”.
Ironicamente, o G7, que foi preterido por Barack Obama em favor de um agrupamento expandido de nações, o G-20, com direito a China, Índia e Brasil, e posteriormente desdenhado por Donald Trump, ganhou alguma “liga” em 2023 justamente por conta do expansionismo russo. Reforçar as sanções contra Putin e incrementar o apoio a Zelensky estão na ordem do dia.
Lula vai ter de cortar um dobrado.