Larry Fink, CEO e também chairman da BlackRock, maior gestora de fundos do mundo com US$ 8,6 tri investidos – cerca de 4,5 vezes o PIB brasileiro –, divulgou nesta quarta (15) sua muito aguardada carta anual a colegas gestores e clientes. Nela, Fink sai pela tangente e diz ser “muito cedo” para saber como deverá se espalhar pelo mercado o dano da quebra dos bancos Silicon Valley e Signature.
Algo, contudo, ele disse sobre o tema: trata-se, para Fink, da debacle mais signifcativa dos últimos 15 anos, ou seja, desde a crise do subprime. O gestor, pioneiro das preocupações ESG entre os atores relevantes do mercado financeiro, escreveu também no documento que as políticas governamentais, o avanço da tecnologia e as preferências do consumidor irão definir o ritmo (“pace”) e a escala da descarbonização do planeta.
Parece uma sutil tirada de corpo desde que recebeu críticas por ter investimentos alocados em companhias energéticas old-school, ou seja, de matriz fóssil. “Como acionistas minoritários, não é nosso lugar dizer às empresas o que elas devem fazer. Minhas cartas para os CEOs são escritas com um objetivo simples: certificarmo-nos de que as companhias [investidas] irão gerar retorno durável e de longo prazo para nossos clientes.”
Fink disse que neste tempo de transição para o uso de energias limpas, as companhias de óleo e gás ainda irão desempenhar um “papel vital” no atendimento das demandas energéticas dos países. A coisa deve durar, segundo ele, “muitos anos”.