Se cada notícia-crime ou pedido de impeachment de que é objeto valesse como um dia de mandato, Jair Bolsonaro talvez só encerrasse seu termo no Planalto em 2055. Só nesta sexta-feira (15) foram acolhidas duas manifestações contrárias ao presidente, uma no STF, outra no TSE.
Presidente em exercício do STF durante este mês de recesso, Rosa Weber enviou à PGR notícia-crime contra o presidente por sua fala recente no Maranhão em que afirmou que “o que nós queremos é que o Joãozinho seja Joãozinho a vida toda. A Mariazinha seja Maria a vida toda (…)”. A fala foi vista como homofóbica e transfóbica pela veradora paulistana Erika Hilton (Psol).
No âmbito do TSE, o ministro Alexandre de Moraes deu dois dias para o presidente se manifestar sobre suposto discurso de ódio contra partidários de oposição por conta de comentários sobre o assassinato do petista Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu, crime cometido por um cidadão simpático ao bolsonarismo.
Atacar Al.exandre de Moraes por conta dessa decisão seria chover no molhado, já que Bolsonaro vem chamando-o para a briga há algum tempo por conta principalmente do inquérito das fake news; mas tretar com Rosa Weber seria algo menos comezinho, e talvez servisse como preâmbulo do que vem por aí, quando a ministra assume a presidência rotativa do STF logo depois das celebrações de 7 de setembro, que prometem ser ainda mais beligerantes do que em 2021.
Além disso, Rosa Weber presidirá o STF exatamente durante as eleições, algo que talvez seja só menos penoso do que estar à frente do TSE nesse período — incumbência que caberá justamente a Moraes.