Conselheiros do presidente Jair Bolsonaro foram chamados às pressas para tentar minimizar os efeitos da denúncia de suposta propina no ministério da Saúde, revelada nesta terça-feira (29) pela Folha de S. Paulo, que culminou com a demissão do diretor do Departamento de Logística da pasta, Roberto Dias.
A acusação, feita por Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da empresa Davati Medical Supply é a de que Roberto teria pedido 1 dólar por cada dose de vacina vendida ao ministério.
Pereira usou os adjetivos “asquerosa” e “tenebrosa” ao se referir à conversa que teve com Dias.
Foi justamente pensando no efeito colateral da denúncia que o time do PR se reorganizou para afastar dele qualquer possibilidade de ligação com o caso. A primeira medida, a exoneração de Roberto, foi tomada. A segunda é fazer como se fez no caso envolvendo o deputado Luís Miranda (DEM-DF) e a Covaxin: dizer que a coisa não se concretizou e que, por isso, não háé corrupção.
(Ainda que o problema neste caso sera prevaricação, por não ter mandado apurar — ou sustar — o eventual malfeito).
Mas Bolsonaro ficou puto (não tem palavra que expresse melhor a reação dele, segundo assessores) com a perspectiva de que se alguma coisa for provada, ele perderá seu argumento de campanha mais contundente: a bandeira anticorrupção.