A segunda fase do alistamento feminino começou nesta quarta-feira (2), marcando um passo decisivo na seleção das primeiras mulheres que poderão integrar o serviço militar voluntário. Com mais de 27 mil candidatas inscritas, essa etapa envolve exames médicos, entrevistas e uma análise criteriosa do perfil das jovens.
Avaliação médica e testes físicos
As candidatas que realizaram o alistamento online devem agora comparecer aos postos de apresentação para validar suas informações. Em seguida, passam por uma avaliação médica detalhada, onde são analisados fatores como altura, peso, postura e alinhamento corporal.
O exame odontológico também é uma parte fundamental da seleção, pois as inscritas devem apresentar a dentição mínima exigida. Esses testes são eliminatórios e servem para garantir que as candidatas tenham condições físicas adequadas para a rotina militar.
Entrevista e análise de habilidades
Após os exames médicos, as candidatas seguem para a entrevista individual, onde um roteiro pré-definido guia as perguntas sobre educação, motivações e contexto social. Além disso, são identificadas habilidades específicas, como aptidão musical ou experiência com atividades técnicas que possam ser úteis no serviço militar.
De acordo com o Coronel Raphael Alves, essa fase é fundamental para definir o destino das candidatas dentro do Exército:
“O objetivo principal da entrevista é verificar a melhor função que essa jovem poderá ocupar quando for incorporada.”
A entrevista dura cerca de 15 minutos e influencia diretamente a decisão final sobre a permanência da candidata no processo.
Próximos passos e incorporação
As candidatas consideradas aptas terão seus nomes divulgados entre 1º e 15 de janeiro de 2026. No entanto, antes da incorporação, ainda passarão pela seleção complementar, onde o perfil de cada uma será comparado com as demandas específicas das Forças Armadas.
O ato oficial de incorporação acontece em março e agosto, quando as selecionadas iniciam sua formação militar básica. Até essa data, as candidatas ainda podem optar por desistir do serviço.
Marco na inclusão feminina no Exército
Para os militares, o avanço do alistamento feminino representa uma mudança histórica dentro das Forças Armadas. Até então, as mulheres só podiam ingressar por meio de concursos públicos para cargos específicos, como oficiais e sargentos.
A Capitão Etiene Busnello, que entrou no Exército como médica em 2013, destaca a importância dessa abertura:
“A diferença é que agora as jovens podem se alistar aos 18 anos, sem precisar de graduação. Isso amplia a presença feminina em todos os setores do Exército.”