O ministro Luis Roberto Barroso, do STF, em sua itinerância como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), fez sua estreia nacional nas eleições de ontem tendo de enfrentar dois problemas inéditos.
O primeiro foi um ataque hacker logo na manhã de domingo, que, se não serviu para desestabilizar o processo de votação e de apuração dos votos, ajudou a dar munição para os cultores do voto impresso, aqueles mesmos fanáticos de sempre, que, se fossem médicos, talvez estivessem sonhando com a volta das sanguessugas no tratamento de doenças.
O segundo foi a lentidão na totalização e divulgação dos votos por conta de uma pane em um supercomputador, segundo o ministro.
Essa foi a primeira vez em que o TSE ficou responsável pela divulgação dos votos, tirando esse papel dos TREs. Barroso alega ter sido contrário a essa decisão.
Mesmo no rabo do foguete, o ministro manteve ontem o ar de solenidade de suas manifestações no Supremo nas longas entrevistas coletivas em rede nacional.
Na coletiva das 3 da tarde, não reportou atrasos em seções eleitorais pelo Brasil, mas elas existiram. PODER Online esteve no CEU Jaguaré, na Zona Oeste de São Paulo, e uma fila única sob o sol inclemente era formada para todas as seções eleitorais ali sediadas.
Eleitores reportaram demora de 30 minutos para chegar ao local de votação, e houve desistência por conta disso. Uma eleitora saiu furiosa do CEU e invocou à reportagem o artigo 5º da Constituição Federal, aquele cujo caput assegura que todas as pessoas são iguais perante a lei.
Infelizmente, num país de tamanha desigualdade social, algumas pessoas são mais iguais que outras.