
A plataforma de vídeos Rumble e a empresa Trump Media & Technology Group acionaram a Justiça dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). As empresas alegam que a decisão de bloquear o Rumble no Brasil fere princípios da liberdade de expressão e pedem que a medida seja revertida.
Medida judicial tenta impedir exigências do STF
Na nova ação, protocolada no sábado (22), as empresas solicitam uma decisão urgente para evitar o cumprimento das determinações de Moraes. O ministro havia imposto multa diária de R$ 50 mil, exigido um representante legal no Brasil e determinado o bloqueio do canal de Allan dos Santos, influenciador brasileiro que vive nos Estados Unidos.
A petição argumenta que, sem intervenção imediata, a Rumble sofrerá danos irreparáveis, como perda de usuários, dificuldades operacionais e ameaças à liberdade de expressão garantida pela Primeira Emenda da Constituição americana.
Plataforma conservadora desafia STF
Criada em 2013, a Rumble se consolidou como alternativa ao YouTube, especialmente entre conservadores nos EUA. A empresa tem forte ligação com o ex-presidente Donald Trump e já recebeu investimentos de pessoas próximas ao republicano, incluindo o atual vice-presidente americano J.D. Vance.
A plataforma se recusou a cumprir ordens do STF para remover perfis de usuários investigados no Brasil. Segundo a defesa da empresa, Alexandre de Moraes estaria contornando as leis americanas para impor censura fora de sua jurisdição.
Allan dos Santos e o foco da disputa
A decisão do STF sobre o bloqueio do Rumble está ligada ao caso do blogueiro Allan dos Santos, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro. Moraes determinou a prisão do influenciador, que segue foragido nos EUA. Além do fechamento de sua conta na plataforma, o ministro ordenou o bloqueio de novos cadastros e a suspensão de repasses financeiros para ele.
Grandes redes sociais, como YouTube, Facebook, Twitter e Instagram, já haviam acatado determinações semelhantes. No entanto, a Rumble se recusa a seguir as ordens e agora busca respaldo na Justiça americana.