O Banco Mundial anunciou que a economia da América Latina e do Caribe terá um crescimento de 2% neste ano, superando ligeiramente as expectativas anteriores, embora ainda permaneça abaixo de outras regiões globais, o que não contribuirá para a redução da pobreza.
O Brasil liderará o crescimento na região, com uma taxa de 2,6%, acima da previsão regional. Em abril, a organização financeira havia previsto que a economia regional cresceria apenas 1,4% neste ano, uma previsão que foi posteriormente revisada para cima.
Entre os países, o Brasil terá um crescimento de 2,6%, seguido por Colômbia (1,5%), Costa Rica (4,2%), República Dominicana (3,1%), Equador (1,3%), El Salvador (2,8%), Guatemala (3,4%), Honduras (3,2%), México (3,2%), Peru (0,8%) e Uruguai (1,5%). No entanto, a economia argentina encolherá 2,5% e a do Chile recuará 0,4%. A Venezuela não teve seus dados divulgados pelo Banco Mundial.
As previsões da organização indicam que o crescimento regional permanecerá baixo em 2024 (2,3%) e 2025 (2,6%). O Banco Mundial alerta que essas taxas não são suficientes para abordar questões de inclusão e redução da pobreza na região.
William Maloney, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, expressa preocupação com a falta de estratégias claras para aproveitar as oportunidades, como a deslocalização de serviços e a transição verde. Ele também destaca que a região ainda não conseguiu recuperar o atraso em infraestrutura e formação de capital humano.
A falta de um contexto global favorável, com altas taxas de juros e crescimento lento nas economias avançadas, bem como incertezas em relação à China, também afeta a América Latina. Restrições fiscais dos governos latino-americanos limitam a capacidade de fazer os investimentos necessários.
Apesar dos desafios, o Banco Mundial observa melhorias, com a redução da pobreza e a volta ao nível pré-pandemia em termos de emprego. A inflação, excluindo Argentina e Venezuela, está abaixo da média dos países da OCDE.
Os especialistas do Banco Mundial enfatizam a importância da América Latina buscar maneiras de aproveitar as vantagens da economia digital, mas alertam que a conectividade digital não é uma solução mágica e pode exacerbar desigualdades. Portanto, é essencial aumentar o acesso à internet móvel e melhorar sua qualidade, especialmente em áreas rurais. Além disso, é necessário educar a população sobre os benefícios da conectividade digital, uma vez que muitas pessoas optam por não se conectar devido a custos ou falta de conhecimento sobre seus benefícios.