A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) foi uma das grandes sensações dos debates do primeiro turno das eleições presidenciais ao desmascarar, com humor, o patético Padre Kelmon (PTB), candidato que se prestou a ser linha auxiliar de Jair Bolsonaro naqueles eventos. Ela o chamou ali de “padre de festa junina”. Soraya, que se elegeu na onda da antipolítica de 2018, acabou se distanciando do bolsonarismo logo no começo do mandato de Jair, com a tragédia da gestão da Covid-19.
Pois bem, como parlamentar do Podemos, seria inimaginável esperar de Soraya uma adesão festiva ao lulopetismo, mas cumpre dizer que ela aprendeu a ter um discernimento acima da média de seus pares. Assim, nesta terça (15), na sessão da CPMI que apura os atos de 8 de Janeiro, ela iniciou seu questionamento ao fotógrafo Adriano Machado, da Reuters, com um “tudo joia, senhor Adriano Machado?”
A explicação da saudação é desnecessária aqui, assim como seria desnecessária a convocação do fotógrafo, que entrou nos palácios invadidos na data infausta para fazer seu trabalho jornalístico. Mas a convocação do fotógrafo foi pedida pelos parlamentares oposicionistas integrantes da CPMI. Curiosamente, eles não estavam na sessão desta terça.
A relatora da comissão, Eliziane Gama (PSD-MA), foi ao ex-Twitter e não perdoou.
“Agora as 14:49 esse é plenario da CPMI no depoimento do jornalista da Reuters: nenhum parlamentar da oposição na sessão, todos foram embora. Até eles calaram e confirmam com suas ausências que o depoimento era desnecessário. #imprensalivre”