O presidente rotativo do STF, Luiz Fux, encerrou nesta sexta (1º) o primeiro semestre de atividades do tribunal da mesma maneira como vem conduzindo o órgão desde seu primeiro dia no cargo — da maneira mais apagada possível. Ok, da maneira mais discreta possível.
Fux viu o STF se tornar o belzebu de Bolsonaro e seus acólitos, mas não chegou a dar uma resposta contundente quando o Chefe do Executivo insistiu em 2022 em jogar o tribunal e seus ministros no fogo, ora chamando-os de “canalhas”, ora de “petistas”, quando não associando-os à pedofilia.
Em seu discurso desta manhã, Fux disse que “não foram poucas nem triviais as controvérsias” neste primeiro semestre de 2022, mas fez a egípcia em seguida, ao não revelá-las.
De fato, o primeiro semestre, para dizer o mínimo do mínimo, teve controvérsias pouco ou nada triviais, como o perdão do presidente Bolsonaro ao deputado federal Daniel Silveira e os constantes ataques ao TSE, que é presidido por um integrante do STF.
Fux se disse “extremamente grato pelo convívio harmonioso” e por ter os ministros unidos em torno do que chamou de “valores que importam”: “a defesa democrática” e a “dignidade” do STF.
O ministro passará o bastão para Rosa Weber em 9 de setembro, e, portanto, o próximo 7 de setembro, que celebra o bicentenário da independência em pleno fervor da campanha reeleitoral, promete.
É improvável que Fux tenha de usar seus conhecimentos de jiu-jitsu na ocasião, mas ele já começou a se preocupar com medidas de segurança para evitar invasões ou coisas do tipo — algo que esteve por milímetros de ocorrer no feriado da Independência de 2021.
O STF está para Bolsonaro assim como o Capitólio esteve para Trump.