Em sua “gig” pelo Rio Grande do Sul a bordo do neocompanheiro Geraldo Alckmin, Lula voltou a tangenciar o campo minado do debate da regulação da mídia. Em encontro com artistas e produtores culturais em Porto Alegre, o líder do PT tematizou a necessidade de abrir espaço nos grandes meios de divulgação das produções locais.
Mesmo que uma dessas produções seja o Carnaval gaúcho – e a ideia de que o Rio Grande do Sul festeje Carnaval parece uma contradição em termos, mas relevemos.
“Cadê o espaço para a cultura gaúcha na televisão gaúcha? Cadê o espaço para a música gaúcha? Por que não tem uma televisão para transmitir o carnaval gaúcho na televisão daqui? Por que é só o carnaval do Rio ou de São Paulo? Que predominância é essa? Onde está a licitação? Quem foi que viu abrir os envelopes? Não, é um direito de quem tem o poder econômico na mão. É um direito de quem tem o controle da estação de televisão”, disse Lula, segundo registrou a CNN Brasil.
Macaco velhíssimo, Lula não se furtou a enfiar as duas mãos na cumbuca, mas previu o impacto da declaração. “É preciso fazer muito debate. Eu estou falando isso e amanhã vocês vão ver na internet uma carga de porrada que eu vou tomar. Mas acho que alguém tem que falar”, disse.
Curiosamente, o Twitter ainda não repercutiu a declaração, preferindo replicar o enésimo editorial do Estadão que atribui certa “natureza autoritária” ao presidenciável. Em resposta à recente declaração de Lula de que o “PSDB acabou”, o Bravo Matutino já dá o recado logo no título: “É isto um democrata?”