A falta de habilidade do governo na indicação do ex-AGU André Mendonça para a vaga deixada por Marco Aurélio Mello no STF poderá, enfim, ser de alguma utilidade para o presidente Jair Bolsonaro.
É que hoje, no Supremo, os ânimos estão divididos entre quem dá crédito ao relatório da CPI da Covid e vê nele possibilidades concretas de levar a cabo o indiciamento dos personagens com foro privilegiado citados, como Jair Bolsonaro e seus filhos parlamentares. O placar seria de 5 x 5.
Um décimo-primeiro nome seria poderia ser indesejável, já que permitiria que o julgamento tivesse curso.
Para que o STF venha a analisar a questão, é preciso, como se sabe, que o PGR apresente denúncia, e Augusto Aras não é exatamente um entusiasta de indiciamentos dos atuais chefes de Estado.
Mas os senadores podem vir a cobrar do PGR movimento, judicializando a questão.
Assim, o governo passou a trabalhar com a ideia de que 10 ministros do STF podem ser melhores que 11. E pode jogar André Mendonça ao mar.