Davi Alcolumbre

Davi Alcolumbre || Créditos: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Presidente da CCJ, senador divulga nota para revelar que se sente "agredido", em suposta represália à demora em pautar a sabatina de André Mendonça, indicado por Bolsonaro para o STF

Pior do que ter um bom punhado de pastores lhe maldizendo, é tê-los trabalhando pela sua própria aniquilação política. Mas felizmente para o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da CCJ do Senado, há outros alvos entre os políticos que gravitam — ou não — o governo de Jair Bolsonaro.

O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, por exemplo, tornou-se o mais recente objeto preferencial dos ataques de Silas Malafaia.

De toda forma, Alcolumbre se sentiu instado a produzir uma nota para à imprensa nesta quarta (13) em que disse: “Tenho sofrido agressões de toda ordem. Agridem minha religião, acusam-me de intolerância religiosa, atacam minha família, acusam-me de interesses pessoais fantasiosos. Querem transformar a legítima autonomia do presidente da CCJ em ato político e guerra religiosa. Reafirmo que não aceitarei ser ameaçado, intimidado, perseguido ou chantageado com o aval ou a participação de quem quer que seja.”

A história toda, para quem voltou da Linha de Karman ontem, é a relutância de Alcolumbre em pautar a sabatina na CCJ de André Mendonça, a tal figura “terrivelmente evangélica” apontado por Bolsonaro para o STF. A sabatina na CCJ dá início à apreciação, pelo Senado, do indicado para a Corte.

Alcolumbre justificou na nota que tem outros assuntos para tratar, mais especificamente 1 748 matérias, “todas de enorme relevância para a sociedade brasileira”. “A prioridade do Poder Legislativo, no momento, deve ser a retomada do crescimento, a geração de empregos e o encontro de soluções para a alta dos preços que corroem o rendimento dos brasileiros.”

Nesta mesma quarta, Bolsonaro usou sua já desgastada imagem para dizer que o ex-amiguinho “age fora das quatro linhas da Constituição”.