A Polícia Federal concluiu o relatório que investiga uma suposta trama golpista planejada durante o governo de Jair Bolsonaro. O documento, com 884 páginas, já foi entregue ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que irá analisá-lo antes de encaminhá-lo à Procuradoria-Geral da República (PGR).
A investigação apontou indícios de uma tentativa de manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas eleições de 2022. Entre os crimes investigados, estão a elaboração de planos para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva e conspirações para assassinar o presidente eleito, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Moraes.
O relatório indica 37 pessoas, incluindo políticos, ex-assessores presidenciais e aliados do ex-presidente, por crimes como tentativa de golpe, organização criminosa e conspiração contra o Estado Democrático de Direito.
Moraes deve finalizar a leitura do documento nos próximos dias e repassá-lo ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. Cabe à PGR decidir se apresentará denúncia contra os envolvidos, arquivará o caso ou pedirá novas diligências.
Este é o terceiro caso em que a PF aponta possíveis crimes cometidos por Bolsonaro. Em investigações anteriores, o ex-presidente foi acusado de desvios de joias presentes da Arábia Saudita e de fraudes em registros de vacinas contra a Covid-19.