Melasma: União de cuidados preventivos e laser é fundamental para controlar doença

Apesar de árduo, tratamento do melasma não é impossível quando a condição é devidamente avaliada por um médico especialista e o tratamento é baseado na combinação de múltiplas estratégias e procedimentos.

O melasma é uma das doenças de pele mais comuns no Brasil e já pode, inclusive, ser considerada uma epidemia brasileira, atingindo uma em cada três mulheres, cerca de 35% das brasileiras, segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “A condição é caracterizada por manchas acastanhadas de bordas irregulares que surgem principalmente em áreas fotoexpostas, como a testa e a região do malar”, diz a Dra. Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS. Apesar de benigna, a doença pode causar grande desconforto com a aparência e até mesmo afetar a qualidade de vida do paciente. Não à toa, o melasma é um dos maiores motivadores da busca por procedimentos estéticos no Brasil. Porém, qualquer pessoa que já tentou amenizar as manchas acastanhadas características da condição sabe que essa não é uma tarefa simples. Mas por que? “O melasma é uma doença crônica, isto é, não tem cura. O tratamento, então, não é definitivo, focando na redução das manchas e controle da condição. Logo, exige grande disciplina, paciência e comprometimento da paciente”, afirma a especialista.

Além disso, o melasma é uma doença multifatorial, com diversos mecanismos de ação envolvidos que podem dar a impressão de que o combate à doença é impossível. Mas um tratamento individualizado e devidamente planejado por um médico especialista após uma avaliação aprofundada de cada paciente é a solução para o problema, segundo a Dra. Cláudia Merlo. “Além dos cuidados preventivos, que são fundamentais para o sucesso do tratamento, o laser é outra peça-chave no combate às manchas do melasma. O procedimento vai atuar sobre o pigmento já depositado na pele, quebrando-o em pequenas partículas para que o próprio organismo seja capaz de eliminá-lo gradualmente após a sessão”, explica a médica, que, junto ao laser, também prescreve medicações tópicas e orais. “Essas substâncias vão ajudar a controlar e reduzir a produção do pigmento causador das manchas.”

E, além dos tratamentos que atuam diretamente sobre o pigmento, a Dra. Cláudia ainda ressalta a importância dos procedimentos que visam melhorar a qualidade da pele. “Para garantir uma barreira cutânea íntegra, precisamos aumentar a produção de colágeno e garantir uma boa hidratação, que são prejudicadas com o passar dos anos. Por isso, sempre que me procuram para realizar o tratamento de melasma costumo indicar procedimentos como lasers e bioestimuladores para aumentar a produção de colágeno, além de injetáveis como o skinbooster, um ácido hialurônico que, em vez de volumizar, melhora a hidratação da pele”, detalha a especialista.

Entendendo a doença

Como citado, o melasma é uma doença multifatorial e, para que o tratamento seja bem-sucedido, diversas questões devem ser levadas em consideração. Mas, afinal, quais são os gatilhos da condição? “O principal fator desencadeante do melasma é, sem dúvida, a radiação ultravioleta do sol, que estimula os melanócitos a produzirem melanina, pigmento que dá cor à pele e causa as manchas. Dessa forma, o uso diário de fotoprotetor com, no mínimo, FPS 50 é importante para controlar e prevenir o melasma, assim como sua reaplicação ao longo do dia”, destaca a médica. Além disso, alguns estudos têm apontado a luz visível, como aquela emitida por dispositivos eletrônicos, como outro fator desencadeante do melasma. “Por isso, o ideal é que o fotoprotetor também conte com cor e seja associado ao uso de barreiras físicas, como chapéus e roupas com proteção UV.”

Hormônios e a genética também entram na equação do desenvolvimento do melasma. “Pacientes com histórico familiar da doença têm maior chance de sofrer com as manchas do melasma e, por isso, devem redobrar os cuidados preventivos. O mesmo vale para grávidas e pessoas que fazem uso de anticoncepcionais devido à ação dos hormônios femininos no estímulo da pigmentação da pele”, destaca a Dra. Cláudia Merlo.

E existem ainda fatores menos conhecidos que também favorecem a piora do quadro do melasma, prejudicando o tratamento, como é o caso do calor. “O calor externo do clima, da sauna e até mesmo do fogão pode escurecer as manchas da condição”, alerta a especialista. Pacientes com melasma também devem redobrar a atenção com hábitos que aumentam a produção de radicais livres. “Qualquer hábito relacionado com a liberação de radicais livres pode piorar o melasma, incluindo estresse, tabagismo e exposição à poluição. Por isso, além de evitá-los, é recomendado o uso de cosméticos formulados com antioxidantes”, afirma a médica, que ainda destaca a integridade da barreira cutânea como outra questão fundamental e pouco discutida no tratamento do melasma. “Uma barreira cutânea íntegra, além de proteger a pele contra agressores externos, garante um melhor controle do melasma. Nesse sentido, é importante, por exemplo, evitar produtos e tratamentos muito agressivos que podem prejudicar a barreira cutânea e causar irritação na pele, com consequente ativação da produção de melanina”, aconselha.

Dada a variedade de fatores envolvidos na doença, a médica ressalta que a união de diferentes abordagens terapêuticas, sempre associada aos cuidados preventivos, é essencial para o controle do melasma e é o que garante bons resultados. “Por fim, vale lembrar novamente que o melasma é uma doença sem cura definitiva e, por isso, o tratamento deve ser contínuo, com os cuidados sendo mantidos ao longo de toda a vida para reduzir as manchas existentes e prevenir o aparecimento de novas alterações”, finaliza a Dra. Cláudia Merlo.

FONTE: DRA. CLÁUDIA MERLO – Médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS. Diretora da Clínica Cláudia Merlo. Instagram: @dra.claudiamerlo

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