As pesquisas sobre cortisol no Google frequentemente aumentam, com destaque para buscas sobre “como reduzir o cortisol” ou “sintomas de cortisol alto”. “Embora o cortisol seja imediatamente associado ao estresse, ele é mais do que isso. Ele é um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais (que estão acima dos rins) e ajudam o organismo a controlar o estresse, no funcionamento do sistema imune, na regulação do metabolismo, na manutenção dos níveis de açúcar no sangue, assim como a pressão arterial. Então, o corpo humano precisa de algum cortisol para manter um equilíbrio hormonal saudável. Mas o atual estilo de vida é constantemente associado ao excesso da produção desse hormônio, o que resulta no estresse crônico e prolongado, que é altamente prejudicial”, explica a Dra. Deborah Beranger, endocrinologista com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ). “Existem alguns sinais que são diferenciais para entender se essa é uma questão a se preocupar”, destaca a médica. Abaixo, estão alguns deles:
Excesso de gordura abdominal – O excesso de cortisol pode aumentar a probabilidade de você comer demais ou tomar decisões erradas quando se trata de quais alimentos ingerir. “O ganho de peso ao redor do estômago não é apenas um indicativo de que você está comendo algo errado, é também um resultado direto do excesso de cortisol no seu sistema. Quando o corpo está sob estresse, o cortisol e a adrenalina (outro hormônio produzido como parte da resposta ao estresse) são liberados para ajudar a preparar o corpo para lidar com a situação. Isso aumenta a taxa metabólica do corpo e libera a glicose armazenada, mas qualquer glicose que não é utilizada é convertida em gordura e armazenada no abdômen”, diz a endocrinologista. A razão pela qual isso se acumula rapidamente deve-se ao tipo de ameaça de estresse enfrentada, que tem menos probabilidade de ser física (como fugir de um tigre) e mais provavelmente psicológica (como uma caixa de entrada lotada). “Por causa disso, é menos provável que você queime essa glicose, o que significa que a maior parte dela vai direto para a barriga”, argumenta a médica.
Sono interrompido – Uma curva de cortisol fora de controle pode causar estragos nos padrões de sono, portanto, qualquer problema em adormecer ou acordar no meio da noite pode ser sinal de que os níveis de cortisol estão fora de sintonia, segundo a endocrinologista. “Uma curva de cortisol saudável é caracterizada por níveis elevados de cortisol pela manhã, que diminuem lentamente antes de atingir um nível baixo antes de dormir. Uma curva desalinhada é essencialmente o oposto: níveis mais altos do que o desejado à noite, o que pode causar vigília e inquietação e impedir que você durma o suficiente. Também é comum, por conta disso, que esses pacientes acordem cansados, não importa quanto tempo dormiram”, explica a Dra. Deborah.
Alterações de pele – Acne, rosto inchado ou excessivamente arredondado (às vezes chamado de rosto lunar) são sinais mais imediatos do estresse alto. No caso da acne, a explicação é a liberação da glicose armazenada. “Em pacientes predispostos, o excesso de açúcar na corrente sanguínea pode favorecer o aparecimento de acne”, diz a médica. No caso do inchaço, ele ocorre quando o excesso de cortisol estimula o corpo a armazenar gordura extra nas laterais do rosto. “Isso pode fazer com que o corpo retenha água extra, o que também pode explicar por que seu rosto parece mais inchado do que o normal quando você está estressado. Em alguns casos, o rosto inchado também é um sinal da síndrome de Cushing, que ocorre quando o corpo produz muito cortisol ou recebe muito cortisol devido ao uso prolongado de medicamentos como esteroides”, diz a Dra. Deborah.
Cicatrização lenta e comprometida – Cortes, hematomas ou dores que simplesmente não parecem melhorar também podem ser consequência do excesso de cortisol. “Níveis mais elevados do que o normal do hormônio inibem a produção de moléculas chamadas citocinas, que são responsáveis por desencadear o processo de cura do corpo e diminuir a inflamação. Juntamente com a inflamação que a exposição crônica ao cortisol causa por si só, é ainda mais difícil do corpo se recuperar”, explica a endocrinologista.
Inchaço constante – O cortisol continuamente elevado força o corpo a alterar ou encerrar funções que podem atrapalhar o foco na sobrevivência imediata, e a digestão é frequentemente um dos primeiros sistemas a ser afetado. “Como parte de seu papel na regulação de diversas funções do corpo, o cortisol é responsável por regular a absorção de sal e minerais. Quando estamos estressados, o excesso de cortisol aumenta os níveis de sal e faz com que o corpo retenha mais água do que necessita. A redução do fluxo sanguíneo para o sistema digestivo também interfere na motilidade intestinal, o que cria desequilíbrios bacterianos no intestino. Afetar o equilíbrio bacteriano pode levar à má digestão de certos carboidratos, o que causa a produção de gases em excesso. Isso, combinado com o aumento de água, causa inchaço”, explica a Dra. Deborah.
E o que fazer?
Modular o estresse não é fácil e parece ser uma batalha universal e diária. Mas, segundo a médica, alguns pontos podem ajudar nessa caminhada: “O exercício físico ajuda, aliado a uma boa alimentação, com boa oferta de nutrientes. Tentar dormir entre 8 e 9 horas por dia, fazendo a chamada higiene do sono, que consiste em minimizar o uso de telas e luzes artificiais antes de dormir, pode reduzir os níveis de cortisol e adrenalina. Além disso, é importante cuidar da saúde mental e ter o compromisso de buscar mais atividades prazerosas durante os dias e finais de semana”, finaliza a Dra Deborah Beranger.
FONTE: DRA. DEBORAH BERANGER: Endocrinologista, com pós-graduação em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (SCMRJ) e pós-graduação em Terapia Intensiva na Faculdade Redentor/AMIB. Com cursos de extensão em Obesidade, Transtornos Alimentares e Transgêneros pela Harvard Medical School, a médica tem MBAs de Saúde e Qualidade de Vida, de Marketing e Branding Médico e de Mindset, todos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e curso de Obesidade e de imersão em Medicina Culinária pela Universidade de Campinas (UNICAMP). Fez Fellowship pela European Association for the Study of Obesity, em Portugal; é speaker dos laboratórios Servier, Novo Nordisk, Novartis, Merck, AstraZeneca, Lilly e Boehringer. Instagram: @deborahberanger
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