Poder Esporte: Equipe de ginástica artística conquista “bronze de ouro”. Confira o resumo

Julia Soares, Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Flávia Saraiva trouxeram um pódio inédito para o país nos Jogos Olímpicos. O Brasil agora soma quatro medalhas, todas com a digital do Bolsa Atleta.

Julia, Rebeca, Jade, Lorrane e Flávia: bronze que simboliza décadas de trabalho da ginástica artística brasileira. Todas integrantes do Bolsa Atleta. Foto: Miriam Jeske/COB

Houve “acidente de trabalho” com Flávia Saraiva nas assimétricas antes mesmo da competição, obrigando a atleta a competir com curativo. Houve também a queda da jovem Julia Soares na trave, que tirou a confiança de muitos em casa. No entanto, houve muita precisão e excelência do time na soma dos quatro aparelhos (além da trave e das assimétricas, o solo e o salto). E foi um salto mágico de Rebeca Andrade, última atleta da última rotação nacional e a única com pontuação acima de 15, que levou pela primeira vez uma equipe de ginástica artística do Brasil a um pódio olímpico.

Com isso, o 30 de julho fica marcado por um bronze “de ouro” que coroa várias gerações que batalharam para transformar a modalidade do Brasil em uma potência mundial. Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Julia Soares escreveram seus nomes na história olímpica do país. Com 164.497 no somatório, ficaram atrás apenas dos Estados Unidos, com 171.296, e da Itália, com 165.494.

“Eu dei o sangue, literalmente. O resultado veio e estou feliz demais de ter conquistado essa medalha por equipe. Falo para todo mundo que disputas por equipe são a melhor competição que existe, porque me sinto abraçada pelo time. A gente sabe o quanto lutamos uma pela outra e trabalhamos muito todos os dias para ter o melhor resultado”, resumiu Flávia Saraiva.

Os sete atletas inscritos na modalidade em Paris (as cinco do feminino e os dois do masculino) integram o Bolsa Atleta, programa de patrocínio direto do Governo Federal aos atletas brasileiros (veja infográfico no fim da página). Por meio da rede social X, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou a conquista da ginástica artística brasileira. “Parabéns para nossas atletas da ginástica artística pela medalha histórica. Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira, Flávia Saraiva e Júlia Soares são orgulhos do nosso país”, escreveu o presidente.

MAIS FINAIS – O Brasil está em outras sete finais em Paris. Rebeca e Julia disputam a decisão da trave. Rebeca e Flávia estão na decisão do individual geral, que leva em conta os quatro aparelhos. A campeã olímpica ainda defenderá o título no salto e disputará o solo. No masculino, Diogo Soares compete na final do individual geral.

HISTÓRICO – O bronze inédito da equipe feminina sela a quarta edição olímpica seguida com o Brasil no pódio na ginástica artística. Agora são sete medalhas. A primeira foi o ouro de Arthur Zanetti nas argolas em Londres 2012. Na Rio 2016, foram três: prata para Zanetti novamente nas argolas, e prata e bronze no solo masculino com Diego Hypolito e Artur Nory. Em Tóquio 2020, Rebeca foi ouro no salto e prata no individual geral.

QUADRO DE MEDALHAS – Com o resultado da ginástica artística, o Brasil chegou a quatro medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris, todas com a digital do Bolsa Atleta. São três bronzes e uma prata. Além da equipe da ginástica, ficaram em terceiro Rayssa Leal, do skate street, e Larissa Pimenta, do judô. A prata foi conquistada por Willian Lima, também nos tatames. O Brasil ocupa a 22ª posição no quadro. A liderança ao fim desta terça é do Japão, com sete ouros, duas pratas e quatro bronzes. Na sequência aparecem a China, com 14 medalhas, mas seis ouros, e a Austrália, com 11 pódios e seis ouros.

OUTROS ESPORTES

JUDÔ – Nos tatames parisienses, dois brasileiros que se apresentaram nesta terça pela categoria meio-médio não avançaram à disputa de medalhas. Bronze nos Jogos de Pequim 2008, Ketleyn Quadros, 36 anos, venceu a espanhola Cristina Perez na estreia, mas foi superada nas oitavas de final pela francesa Clarisse Agbegnenou. Já o brasileiro Guilherme Schimidt, após vencer Edi Sherifovski, da Macedônia do Norte, na estreia, também parou na mesma fase diante do italiano Antonio Esposito.

O Brasil volta a competir nesta quarta no judô com Rafael Macedo, no peso médio (até 90kg). O país não tem representantes na chave feminina nesta quarta. O judô é o esporte de maior tradição do Brasil em Olimpíadas e só não subiu ao pódio em três edições: Tóquio 1964, Cidade do México 1968 e Moscou 1980. Até aqui, o país já contabiliza 26 medalhas, sendo quatro de ouro, quatro de prata e 18 de bronze na modalidade.

2024.07.30 – Jogos Olímpicos Paris 2024 – Judô masculino – Guilherme Schimidt (kimono branco) enfrenta Antonio Esposito, atleta da Itália, nas oitavas de final. – Foto: Luiza Moraes/COB

TÊNIS – O time formado por Thiago Monteiro e Thiago Wild foi eliminado do torneio de duplas pelos norte-americanos Austin Krajicek e Rajeev Ram na segunda rodada. Os brasileiros perderam por 2 sets a 0, com parciais de 6/4 e 7/6. Nesta quarta-feira, a dupla formada por Beatriz Haddad Maia e Luísa Stefani volta à quadra. O Brasil fez história nas Olimpíadas de Tóquio 2021, quando Laura Pigossi e Luísa Stefani faturaram a medalha de bronze, até aqui a única medalha do país na modalidade em Jogos Olímpicos.

TÊNIS DE MESA – No tênis de mesa, o destaque ficou com Hugo Calderano, que segue firme no desafio de fazer história e conquistar a primeira medalha do Brasil na modalidade em Jogos Olímpicos. O brasileiro avançou às oitavas de final em Paris ao derrotar o espanhol Álvaro Robles por 4 a 2, com parciais de 7/11, 13/11, 11/9, 8/11, 11/3 e 11/5. Nesta quarta, a partir das 11h, Calderano encara um adversário difícil, o francês Alexis Lebrun, diante de toda a torcida da casa. “Vai ser mais uma vez um jogo bem difícil. A torcida estará toda ao lado dele. Vai ser uma atmosfera legal. O ginásio está todos os dias lotado. Com certeza será difícil, ele está em boa forma, com bons saques e potência. Espero conseguir fazer um bom jogo e buscar a vitória”, disse Calderano. O outro brasileiro na chave de simples, Vitor Ishiy, acabou eliminado. Ele foi superado pelo forte alemão Dimitrij Ovtcharov, medalhista olímpico. O rival venceu por 4 sets a 1, com parciais de 11/4, 11/8, 11/9, 11/13 e 11/3.

2024.07.30 – Jogos Olímpicos Paris 2024 – Tênis de mesa masculino – Hugo Calderano enfrenta Álvaro Robles, atleta da Espanha. – Foto: Wander Roberto/COB

TIRO COM ARCO – O Brasil segue firme no sonho de conquistar uma medalha inédita no tiro com arco. Nesta terça-feira, Marcus Vinícius D’Almeida, líder do ranking mundial, depois de vencer na estreia o ucraniano Mykhailo Usach por 6 a 2, superou o japonês Fumiya Saito por 7 a 1 e garantiu vaga nas oitavas de final. O mesmo sucesso teve a brasileira Ana Luiza Caetano, que passou pela eslovena Zana Pintaric por 6 a 2 e, na sequência, assegurou lugar nas oitavas de final ao derrotar a malaia Syaqiera Mashayikh por 6 a 5. Com o resultado, Ana Luiza igualou a melhor campanha do Brasil na modalidade em Jogos Olímpicos. “Conseguir me manter no jogo, aproveitar o momento sem deixar essa pressão entrar foi o que vim fazer. Não dá para imaginar o resultado que vamos conseguir, mas dá para imaginar a postura que teremos na linha. Isso para mim foi um passo gigantesco e vou levar para as próximas etapas”, disse Ana Luiza. No sábado (3/8), a brasileira volta a competir em busca de uma vaga nas quartas de final. Já Marcus D’Almeida só volta à ação no domingo (4/8).

2024.07.30 – Jogos Olímpicos Paris 2024 – Handebol feminino. Duelo entre Brasil x França. Em destaque na imagem, a atleta Samara Vieira. Foto: Wander Roberto/COB

BOXE PERTO DO PÓDIO – O Brasil está cada vez mais próximo de uma medalha no boxe. Após a vitória de Wanderley Pereira nesta terça, Keno Marley, Bia Ferreira e o próprio Wanderley só precisam vencer mais um combate para chegar às semifinais. Não há disputa do bronze no boxe olímpico: os dois perdedores nas semifinais levam medalhas. Nesta terça, Wanderley não teve dificuldades para derrotar, por decisão unânime, o haitiano Cedrik Duliepe. “Consegui seguir a minha estratégia, que era trabalhar bastante a cabeça e dar golpes na linha de cintura”, disse o boxeador. “Me sinto muito feliz, pois fui bem treinado e estudei muito o adversário.”