Além de apresentar em Dubai as propostas do Brasil para o combate às mudanças climáticas, a transição para uma economia verde, sustentável e de baixo carbono, e mostrar o que a comunidade pode esperar em 2025 na COP 30, em Belém, a 28ª Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP 28) tem se destacado por outro motivo para os brasileiros: a união de representantes das esferas federal, estadual e municipal e de diversos setores da sociedade em torno da agenda ambiental.
É uma COP em que o Brasil vem muito unido, vem com uma belíssima delegação, criando um ambiente único de todos os setores da economia brasileira, a parte governamental e a parte privada. Isso é fundamental para mostrar a força e os compromissos brasileiros com a sustentabilidade”
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária
Nesta sexta-feira, 1º de dezembro, uma intensa movimentação de ministros, governadores, prefeitos, parlamentares e representantes da iniciativa privada e da sociedade civil marcou a agenda do Pavilhão do Brasil na COP 28.
“É uma COP em que o Brasil vem muito unido, vem com uma belíssima delegação, criando um ambiente único de todos os setores da economia brasileira, a parte governamental e a parte privada. Isso é fundamental para mostrar a força e os compromissos brasileiros com a sustentabilidade”, avaliou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
A opinião é a mesma do ministro das Cidades, Jader Filho, que participou nesta sexta do painel Juntos Pelas Cidades: Integração multinível para a territorialização da adaptação no Brasil.
“Estamos aqui discutindo com diversos países, com diversos interlocutores, para que a gente possa não só mostrar o que o Brasil vem fazendo, mas também sensibilizando que a gente precisa que as grandes economias entrem nessa discussão para que a gente encontre soluções que sejam perenes para o meio ambiente, soluções para os próximos anos, para o futuro do Brasil e do mundo”, afirmou o ministro.
“A imagem do Brasil melhorou muito com a redução do desmatamento, com o cuidado dos povos indígenas, com os povos originários. O Brasil agora volta a ter um protagonismo que é fundamental para que o mundo encontre uma saída para enfrentar a crise climática”, reforçou Jorge Viana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).
GOVERNOS E MUNICÍPIOS – Governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues ressaltou que após o país viver um período em que a articulação entre o Executivo Federal e as esferas estaduais e municipais acabou comprometida, a nova postura adotada pelo Governo Federal facilita que cada uma das partes possa cumprir suas responsabilidades para a agenda ambiental.
“O Brasil sempre reconheceu sua responsabilidade, seja com os poderes públicos, seja com os movimentos ambientalistas, universidades. Mas nesses últimos quatro anos o Brasil ficou de fora do cenário. E retoma agora com a postura obrigatoriamente de quem tem seu papel a fazer e está fazendo, mas também na condição de poder cobrar dos outros países e das empresas que também se responsabilizem”, disse Jerônimo Rodrigues.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também mostrou-se animado com esse clima de união na COP 28. “Eu voltei à prefeitura em 2021 e vi o quanto era difícil a gente dialogar com o mundo sobre um tema que é a cara do Brasil, que é a questão das mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável. A gente tinha perdido isso”, pontuou.
“A volta do presidente Lula coloca um holofote sobre a nossa capacidade de ser exemplo para o mundo e acho que isso já se refletiu com a presença maciça de autoridades brasileiras, de organizações da sociedade civil, do setor empresarial. Acho que a gente tem tudo para liderar esse processo no mundo sob a liderança do presidente Lula”, continuou o prefeito.
INICIATIVA PRIVADA – Representante do setor privado, Alessandro Gardemann, que atua no setor de biogás e redução de emissões de carbono, afirmou que a integração mostrada na COP 28 é fundamental para que a agenda econômica brasileira avance da maneira que o país e o mundo necessitam rumo à transição energética.
“Acho que o encontro na COP sempre é muito frutífero. Essa possibilidade que a gente teve aqui de conversar, falar com todos os entes, explicar o ponto de vista, dialogar, é assim que a gente constrói o futuro. Essa integração é essencial”, elogiou.
“Isso vale para todo mundo, vale para o investidor, vale para a sociedade civil organizada, vale para todas as cadeias interessadas que podem se beneficiar e que precisam de uma transição ecológica justa, viável, sustentável. A gente vai ter que criar políticas públicas rápido para isso acontecer e acelerar, e esse clima de diálogo é essencial para isso acontecer”, concluiu o empresário.