O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, tomou uma medida extraordinária ao autorizar escolta 24 horas para a senadora Eliziane Gama, membro do PSD do Maranhão. A decisão foi motivada pelo aumento alarmante das ameaças que a senadora recebeu após apresentar o parecer final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, um relatório que tem causado grande impacto no cenário político do país.
Em suas declarações, a senadora Gama relatou a intensidade das ameaças que tem enfrentado, mencionando que, ao longo de seus 16 anos de vida pública, nunca havia sido alvo de tamanha violência e agressões. “Cada discurso de ódio proferido por cada parlamentar parece uma ação sincronizada”, desabafou a parlamentar.
A escolta 24 horas será providenciada pela polícia legislativa e acompanhará a senadora tanto em Brasília quanto em seu estado natal, o Maranhão. Eliziane Gama, em suas declarações, revelou temores de que estivessem à sua espera em aeroportos e manifestou preocupação quanto à sua segurança pessoal, chegando a afirmar que não pode mais sair às ruas devido ao risco de ataques.
Diante da gravidade das ameaças, a equipe da senadora compilou todas as mensagens recebidas em um dossiê que será entregue tanto à Polícia Federal (PF) quanto à Advocacia-Geral do Senado. Essa medida visa a garantir que as ameaças sejam investigadas e os responsáveis sejam devidamente responsabilizados perante a lei.
A origem das ameaças está ligada ao relatório final da CPMI, no qual a senadora Eliziane Gama propôs o indiciamento de 61 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, e o ex-chefe da Ajudância de Ordens Mauro Cid. A justificativa para esses indiciamentos é o possível envolvimento dos citados em crimes como associação criminosa, violência política, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
O caso da senadora Eliziane Gama e as ameaças que ela enfrenta ressaltam os desafios e tensões presentes na política brasileira, demonstrando a importância de garantir a segurança dos representantes eleitos e a necessidade de um ambiente político mais pacífico e respeitoso, onde divergências possam ser debatidas de forma democrática e civilizada.