Brasil pioneiro na prestação de contas de sustentabilidade para empresas de capital aberto

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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou hoje, 20 de outubro, uma resolução inovadora que promete revolucionar a prestação de contas das empresas de capital aberto e fundos de investimento no Brasil em relação à sustentabilidade. A partir do próximo ano, essas organizações terão a oportunidade de divulgar relatórios de sustentabilidade de maneira pública, seguindo uma abordagem semelhante à apresentação de seus balanços contábeis regulares e aderindo à mesma periodicidade.

Segundo João Pedro Barroso do Nascimento, o presidente da CVM, esse novo processo de prestação de contas será inicialmente voluntário. No entanto, a visão é que, a partir de 2026, todos os atores do mercado de capital aberto sejam obrigados a disponibilizar esses indicadores de sustentabilidade ao público.

“A nossa meta é construir legitimidade nesse processo, e é por isso que estamos colaborando com o setor privado. Acreditamos que, até 2026, alcançaremos a obrigatoriedade desse importante passo”, afirmou Nascimento.

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou que o Brasil está se destacando ao ser pioneiro na implementação de indicadores que possibilitarão aos investidores e à sociedade em geral comparar as empresas sob a perspectiva da sustentabilidade. Haddad enfatizou a importância dessa iniciativa em um cenário global, onde a demanda por produtos sustentáveis está em crescimento.

Ele destacou: “O mundo carece de fontes de energia limpa, essa é a realidade. Muitas regiões na Ásia, por exemplo, ainda são caracterizadas por práticas industriais poluentes. Quanto mais conseguirmos demonstrar nosso compromisso ambiental, maior será nosso potencial de mercado internacional, especialmente em economias relevantes, como os Estados Unidos e a Europa. Portanto, o Brasil está assumindo a liderança nesse sentido.”

Essa medida, que visa impulsionar a transparência em relação às práticas de produção das empresas, tem o potencial não apenas de melhorar a reputação do Brasil no cenário global, mas também de agregar valor aos produtos brasileiros, à medida que consumidores e investidores se tornam cada vez mais conscientes da importância da sustentabilidade no mundo dos negócios.