Terra em Alerta: 2023 caminha para ano mais quente da história

Termômetro na Avenida Paulista || Crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil

Setembro de 2023 estabeleceu um novo recorde de calor, impulsionando 2023 para se tornar potencialmente o ano mais quente da história devido ao aumento das temperaturas globais

O mês de setembro de 2023 entrou para a história como o mais quente já registrado no planeta Terra. Samantha Burgess, vice-diretora do Copernicus, afirma que “As temperaturas sem precedentes para a época do ano observadas em setembro, após um verão excepcional, quebraram recordes de forma extraordinária. Este mês extremo empurrou 2023 para a duvidosa honra do primeiro lugar, a caminho de ser o ano mais quente”. Essa tendência de aumento das temperaturas, superando marcas anteriores, está levando o ano de 2023 a caminhar para superar as altas temperaturas alcançadas em 2016. De janeiro a setembro, a temperatura média global foi 1,4°C acima da média pré-industrial, que compreende o período de 1850 a 1900. Os dados alarmantes foram divulgados pelo Serviço de Mudanças Climáticas do observatório europeu Copernicus.

Setembro, que já havia se destacado como um mês de temperaturas sem precedentes para a época do ano, agora foi quase 1,75°C mais quente do que a média para o mês em comparação ao período pré-industrial. Além disso, quando comparado ao período de 1991 a 2020, os termômetros mostraram um aumento de 0,93°C acima da média para o mês de setembro.

A média de temperatura global em 2023 já é cerca de 0,05°C superior a 2016, e a perspectiva é que esse aumento continue nos três últimos meses do ano, influenciado pelo fenômeno meteorológico El Niño, que aquece as águas do Pacífico. Os cientistas apontam que as mudanças climáticas, combinadas com o fortalecimento do El Niño neste ano, têm contribuído para as recentes temperaturas recordes.

O observatório europeu Copernicus já vinha alertando sobre a possibilidade de 2023 se tornar o ano mais quente da história. O verão no Hemisfério Norte, compreendendo junho, julho e agosto, registrou as temperaturas mais elevadas já documentadas, com uma média mundial de 16,77°C, superando em 0,66°C a média do período de 1991 a 2020. Esse aumento das temperaturas médias globais também é atribuído à mudança climática provocada pela atividade humana e superou o recorde anterior de 2019.

A Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA) alertou que 3 continentes – África, Ásia, América,  – experimentaram os agostos mais quentes, enquanto a Europa e a Oceania registraram o segundo agosto mais quente. Agosto de 2023 também foi o mais quente na região do Ártico. Todas essas evidências apontam para um cenário alarmante de aquecimento global em curso.