Os novos artistas em destaque na SP-Arte Rotas Brasileiras

Explorando a vanguarda artística para além do eixo Rio-São Paulo, os coletivos Sertão Negro e Bancos Indígenas do Brasil, oriundos da região Centro-Oeste, emergem como protagonistas da edição

Artista indígena Waxamani Mehinako | Crédito: Reprodução instagram @waxamani_artegrafismo_indigena

A segunda edição da SP-Arte Rotas Brasileiras, que celebra a arte contemporânea nacional, iniciou nesta quarta-feira, 30 de agosto e vai até 03 de setembro. O evento está sendo realizado na ARCA, em São Paulo, sob a curadoria de Fernanda Feitosa, idealizadora por trás da SP-Arte e conhecida por seu papel em colocar o Brasil no cenário artístico internacional. Para esta edição, foram selecionados 70 projetos elaborados por galerias de todo o Brasil.

Neste contexto, a revista Poder Online teve a oportunidade de conversar com dois projetos que se destacam nesta edição da SP-Arte Rotas Brasileiras. Os porta-vozes dos coletivos Sertão Negro e Bancos Indígenas do Brasil compartilharam suas perspectivas e sobre a diversidade criativa da arte no país.

Coletivo Sertão Negro

O Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes, fundado em 2021, é um projeto inovador localizado em Goiânia, na Região Norte da cidade. Idealizado por Dalton Paula, artista visual, e Ceiça Ferreira, este espaço multifuncional opera como um quilombo artístico e cultural, promovendo vivências e trocas em simbiose com o ambiente natural. Além de formar artistas residentes e assistentes, o Sertão Negro abriga pesquisas, debates, residências, exposições e oferece aulas de cerâmica, gravura e capoeira, com destaque para o Cineclube Maria Grampinho.
Dalton afirma que “Não desejo que o nome Dalton Paula esteja em destaque, mas sim o coletivo. A concepção é de um quilombo, um terreiro. Todos os anéis permanecem na porta, e apenas aqueles indivíduos que investiram tempo em convivência e permitem a entrada. A intenção é capturar essa sabedoria ancestral e incorporá-la à arte contemporânea.” Os artistas representados no evento incluem Abraão Veloso, Augusto César, Gabriela Chaves, Genor Sales, lía vallejo, Tor Teixeira, William Maia e Xica.


Bancos Indígenas do Brasil

Os bancos produzidos pelas etnias Kamayurá, Mehinaku e Waujá têm uma função que vai além do uso comum. Para esses povos indígenas, eles variam de significado de acordo com o contexto, assumindo tanto uma dimensão ritualística e cosmológica quanto uma dimensão cotidiana e funcional.

O jovem artista, Waxamani Mehinako, compartilhou com a revista Poder Online sua perspectiva sobre a relevância da arte na cultura indígena. Ele destacou que “a arte é uma herança transmitida pelos nossos pais e antepassados, sendo assim temos que dar continuidade das tradições culturais e do papel da expressão artística na preservação da identidade do nosso povo.”

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