PT apresenta resolução nacional e se posiciona sobre militares, violência e Lula

Crédito: CC/Lula Marques/Agência PT

Documento do partido que vem a lume nesta quarta (30) propõe desossar reforma administrativa, refuta “leniência” com militares golpistas e pede Lula em 2026

O PT publicou em seu site nesta quarta-feira (30) resolução de seu diretório nacional para as tarefas de curto e médio prazo – neste caso está, por exemplo, as eleições de 2026 e o apoio da sigla a uma nova candidatura presidencial de Lula.

O documento tem 37 parágrafos e seus indicativos não implicam, por certo, atendimento  por parte do governo federal. É uma manifestação partidária, que pode ou não ser apreciada por Lula 3.

Há bastante espaço para a disputa eleitoral vindoura, as eleições para prefeitos e vereadores de 2024. Logo de cara, uma declaração de princípios: eleições majoritárias devem ser disputadas por candidatos do PT “sempre que possível”.

O partido quer garantir candidaturas nas eleições das capitais onde haja “lideranças despontando em pesquisas” ou com histórico “significativo” em pleitos passados;  e também candidaturas nos municípios com mais de 100 mil eleitores e naqueles caracterizados como polo regional ou com emissora de TV de “caráter regional”.

Fora do contexto eleitoral, há indicativo para desossa da futura reforma administrativa, que “serviria a um projeto neoliberal” e que é “essencialmente contrária à promoção de políticas públicas de interesse da maioria do povo”.

Há também indicativo de urgência para tomada de posição “contundente” em relação ao papel dos militares,“delimitando suas funções ao que está previsto na Constituição”. “O comprovado envolvimento de oficiais graduados, ex-comandantes, bem como policiais militares e outros membros das Forças Armadas na sustentação da tentativa de golpe em 8 de Janeiro não permite leniência.”

Também vale destacar o indicativo de consolidação de uma política nacional de segurança pública. “A violência é um método inaceitável de ação por parte das polícias estaduais, que atinge a população mais jovem, pobre e preta do nosso país, assim como tem incidência nos próprios policiais”, reza o documento.

O partido se exime de dar nome aos governadores que “têm a oportunidade e o desafio, junto com o governo federal” de “enfrentar as organizações criminosas com base numa política maior de inteligência e investigação”.

Sabe-se que a Bahia, governada pelo PT há cinco mandatos, coleciona números desesperadores, com 11 das 20 cidades brasileiras mais violentas do país. A violência policial do estado é ainda particularmente danosa e cresceu desproporcionalmente em 2022, último ano do governo Rui Costa, atual ministro-Chefe da Casa Civil de Lula 3.

No último parágrafo, quase en passant, fica estabelecido que Lula deve ser o nome do partido e da coligação governista para as eleições de 2026 – os 81 anos do presidente em 2027 parecem não ser mais uma questão.