Hidrogênio verde abre nova frente de competição entre estados

Jerônimo Rodrigues e Jerônimo Rodrigues e Rafael Fonteles || Crédito: Tony Oliveira/Agência Brasília/Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

Governadores Jerônimo Rodrigues (BA) e Rafael Fonteles (PI) citam explicitamente combustível e necessidade de “marco legal”

Na romaria de governadores e vice-governadores brasileiros ao Senado, na terça-feira (29), motivados pela discussão da PEC da reforma tributária, ora em apreciação na Casa Alta, um tema lateral sobressaiu: hidrogênio verde.

O chamado combustível do futuro, que tem grande potencial para mover grandes embarcações e aviões, tem no Brasil um potencial grande produtor. Muito grande, na verdade, já que água e energia renovável são os elementos primordiais para a produção do H2.

Dois governadores aproveitaram seus discursos sobre a reforma tributária e, em meio às preocupações com fundos constitucionais e conselhos federativos, deram seus recados. O baiano Jerônimo Rodrigues (PT), que celebra a chegada da montadora chinesa BYD ao estado – ocupando o site deixado pela Ford –, falou sobre potenciais produtivos de cada estado e citou explicitamente o investimento em produção de hidrogênio verde na Bahia, já que o estado conta com grande capacidade produtiva de “energias  eólica e solar”.

O também petista Rafael Fonteles, do Piauí, foi ainda mais no ponto e disse que é preciso que o Congresso Nacional possa “o mais brevemente possível”  apreciar o marco legal do hidrogênio verde para que “sejamos líderes da transição energética”. “Se perdermos o timing, vamos perder investimentos para Austrália, Chile, Oriente Médio”, disse.

Diversos estados com estruturas portuárias estão de olho no H2, e o Ceará vem se destacando até aqui. Em Pecém, porto a 50 quilômetros a oeste de Fortaleza, há estudos com pelo menos dez companhias interessadas em produzir o combustível ali, conforme revelou o site Capital Reset.