O economista Marcio Pochmann tomou posse na presidência do IBGE nesta sexta (18) numa cerimônia em que gabaritou em prestígio. Lá estavam Lula e Geraldinho VP, o vice-presidente Geraldo Alckmin, além, claro, da titular da pasta do Orçamento, Simone Tebet, à qual o instituto se subordina.
Lula havia matado no peito o nome de Pochmann, numa indicação que não contou, até onde se sabe, com consulta à ministra, o que gerou mal-estar vocalizado por Simone em algumas entrevistas. Mas se mal-estar efetivamente houve, ele foi afastado no discurso da ministra, que teceu loas tão efusivas a Lula que deve ter despertado ciúmes até em Gleisi Hoffmann, a presidente do PT.
Simone, que é do MDB, citou não poucas vezes o presidente, os programas já implantados por seu governo e as diretrizes de “colocar o pobre no orçamento” e “garantir cidadania e dignidade ao povo brasileiro”. E para sepultar o tal mal-estar, disse que seu ministério – assim como “todos os outros”, sublinhou – é de “mão única”, ou seja, não comporta divergências, não contempla o que chamou de “dois caminhos” ou “contramão”.
Num improviso antes disso, Simone ainda se permitiu citar Ulysses Guimarães – no famoso dístico “traidor da Constituição é traidor da pátria; temos ódio e nojo, nojo da ditadura” – para com isso comentar os eventos da semana que “fecharam o cerco” a Jair Bolsonaro. Ela pediu atenção às autoridades competentes para com o passaporte do ex-presidente, já que há risco, segundo Simone, de o ex-presidente empreender fuga.
“Quem fugiu para não passar faixa para um presidente legitimamente eleito pelo povo com certeza vai querer abandonar o Brasil para poder salvar a própria pele.”