O presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, falou à sucursal da emissora Mix FM de Maceió na manhã desta segunda (7). Foi chamado pelo apresentador de “presidente Arthur” e logo na primeira pergunta teve colocada sobre a cabeça a coroa de grande aprovador da reforma tributária.
Em seguida, o deputado alagoano fez rápido histórico sobre as dificuldades ancestrais de aprovação da matéria — “todo mundo querendo uma reforma tributária própria”; “tivemos aí duas voltas ao Brasil negociando”, disse –, e elogiou o senador Eduardo Braga (MDB-AM), que, omo relator da PEC da reforma tributária, dá agora tratos à bola da proposta em sua tramitação no Senado.
Lira diz pensar que o “trabalho do Senado será de esmero”, já que a “espinha dorsal” da PEC já foi “constituída” pelos deputados, e voltou a fazer uma defesa do regime semipresidencialista, usando argumento já escandido em outras entrevistas, ou seja, de que eventualmente o “Congresso vota matérias sem saber sobre o impacto [econômico e fiscal] delas”.
O semipresidencialismo, para Lira, daria ao Congresso não apenas o “bônus” e as emendas discricionárias, mas o ônus das decisões hoje tomadas apenas pelo Executivo.
É uma certa distorção da função parlamentar mesmo no criticado regime de presidência de coalisão, mas o deputado tem um ponto ao dizer que uma presidência progressista com um Congresso “conservador e liberal” é uma “equação difícil de se armar”.
“Como todo governo que se elege sem maioria [parlamentar], ele sofre.”
E como tem acontecido em suas constantes manifestações à imprensa, Lira voltou a criticar quem o viu, e a seus pares do Centrão, como “sustentáculo do governo Bolsonaro”. “Qual era o ministério que a gente tinha”, perguntou retoricamente, sem se referir ao companheiro de PPCiro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil do ex-presidente.
E solou:
“Dizem que o ‘Arthur quer a [o ministério da] Saúde, o Centrão quer aquilo…. Primeiro que, se o Brasil não tivesse um Centrão, ele seria a Argentina.”