Meta afirma que novos experimentos mostram que algoritmos não influenciam a opinião política

Mark Zuckerberg || Crédito: Reprodução

A empresa tenta dissipar a ideia de que suas plataformas contribuíram para a divisão e a angústia política, desta vez com base em estudos científicos

A Meta, anteriormente conhecida como Facebook, divulgou uma série de estudos científicos buscando contestar a ideia de que seus algoritmos têm contribuído para a polarização política e a divisão social. Os estudos foram conduzidos em parceria com grupos acadêmicos selecionados e publicados nas revistas acadêmicas Science e Nature, analisando a atividade no Facebook e Instagram antes das eleições presidenciais dos EUA em 2020.

Experimentos com usuários visam desmistificar a hipótese da câmara de eco

Pesquisadores da Meta realizaram experimentos com usuários que consentiram voluntariamente em participar. O objetivo era testar a hipótese da câmara de eco, que sugere que os algoritmos das redes sociais reforçam as opiniões das pessoas, mostrando-lhes apenas conteúdo com o qual concordam, limitando o acesso a conteúdos discordantes. Manipularam elementos do algoritmo, como impedir que os usuários vejam postagens recompartilhadas, exibir feeds em ordem cronológica inversa e reduzir o número de postagens de fontes similares.

Os resultados desses experimentos não apresentaram uma conexão clara entre os algoritmos das redes sociais e as tendências políticas dos usuários. A Meta enfatizou que as pesquisas ainda não solucionam completamente as questões sobre o impacto da mídia social nas atitudes políticas, mas as descobertas experimentais se somam a um crescente corpo de pesquisa, indicando que os principais recursos das plataformas da Meta não são os únicos responsáveis pela polarização prejudicial ou por efeitos significativos nesses resultados.

Impactos políticos das mídias sociais vão além da atuação direta dos algoritmos

Críticos argumentam que é difícil mensurar totalmente o impacto político das mídias sociais de forma isolada, pois este se estende além do engajamento direto nas plataformas. Os incentivos algorítmicos têm influenciado todo o setor de mídia. Por exemplo, o algoritmo do Facebook prioriza conteúdos que geram mais discussão e interações, o que estimula organizações de mídia a publicar conteúdo emocionalmente carregado, como raiva ou felicidade, para aumentar o engajamento. Esse ciclo pode levar à viralização de conteúdos negativos, impulsionando a mídia nessa direção.

Apesar dos novos estudos apresentados pela Meta, é importante reconhecer que a influência dos algoritmos das mídias sociais no cenário político e social é um tema complexo, que requer análises abrangentes e contínuas para entender completamente seus efeitos na sociedade e nas opiniões das pessoas.