Embora mantenha em sua conta no Twitter um best of de suas próprias respostas à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, na reveladora entrevista publicada pelo jornal na segunda (17) e na terça (18), e nesse best of esteja a reflexão “Como um país com tanta desigualdade isenta de IR o 1% mais rico da população?”, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reintroduziu em seu temário a taxação das apostas.
Dessa maneira, ele tira um pouco o foco do assunto taxação dos mais ricos, que talvez seja muito popular entre a tigrada — mas nem tanto entre congressistas e outras figuras com quem ele tem de contar para dar os muitos passos que ainda restam para a concretização da reforma tributária.
Nesta quinta (20), no Rio de Janeiro, após evento chamado Agenda de Reformas Financeiras 2023-2024, ele falou da MP das “bets”, que já chegou ao Congresso e que, caso implantada, deve carrear R$ 2 bi anuais para os cofres públicos, valor calculado pela Receita Federal que Haddad disse estar abaixo das projeções de outra secretaria de sua pasta.
Segundo o site jurídico Migalhas, a MP que regulamenta lei de 2018 que tornou as apostas legais no Brasil mas na ocasião não as regulamentou, inspira-se no modelo britânico e busca taxar em 15% o lucro bruto das operações das companhias.
O ministro ainda se permitiu filosofar sobre otimismo e harmonia entre os poderes e disse que será preciso burilar mais as questões sobre renda da reforma tributária, que, para ele, é uma discussão “menos amadurecida” do que a etapa da taxação sobre o consumo, ainda por ser apreciada pelo Senado.
E, claro, mandou um recado para os parças do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central, que no começo de agosto se reúnem novamente para recalibrar a taxa de juros. Ele disse esperar uma “reação compatível” do Copom às “entregas” que o ministério vem fazendo.