Percalços de ministros do STF energizam parlamento, mesmo no recesso

Alexandre de Moraes, Roberto Barroso e Alessandro Vieira || Crédito: Nelson Jr./Carlos Moura/SCO/STF/Jefferson Rudy/Agência Senado

Pedido de impedimento de Luís Roberto Barroso e comentários sobre bipolaridade em busca e apreensão no "entrevero" de Moraes dominam legislativo

A polêmica em torno da severidade das investigações, com direito a busca e apreensão na casa dos supostos agressores do ministro do STF Alexandre de Moraes — ou, como preferem os envolvidos, participantes de um “entrevero” –, não passou batida, como era de se esperar, no parlamento. E isso mesmo durante o recesso de meio de ano ora em curso.

E não apenas pelo grupo de deputados e senadores bolsonaristas, que têm carradas de razões para temer — e se opor — a centralização em Moraes do interminável inquérito das fake news.

Mas, claro os parlamentares bolsonaristas celebraram os “entreveros” de ministros do STF. Não só aquele com Moraes, mas com Luís Roberto Barroso, que teve pedido de impeachment protocolado nesta quarta (19) por conta da fala no congresso da UNE que até mesmo o econômico Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, considerou “infeliz e inadequada”.

Só Pacheco, enquanto presidente do Senado, tem a prerrogativa de dar tramitação ao pedido, o que dificilmente deverá ocorrer. Com tudo isso, salta aos olhos a dificuldade de se lidar com a “bipolaridade”, das decisões dos ministros do STF. O adjetivo foi utilizado pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), de atuação muito importante na CPI da Covid-19, figura bastante equilibrada diante da média geral da casa.

Ele foi ao Twitter comentar:

“O STF precisa resolver com urgência sua aparente bipolaridade, que de um lado exibe um ‘garantismo’ que anula provas e liberta homicidas, corruptos e traficantes notoriamente culpados, mas de outro utiliza medidas extremas como quebras, prisões e buscas sem fundamentação razoável.”

Moraes é líder nos pedidos de impedimento entre os 11 ministro do STF, como revelou nesta quinta (20) o colunista Lauro Jardim, de O Globo. Tem 22, nove a mais que Barroso, o segundo na categoria.