A decisão de nada falar aos parlamentares da CPMI de 8 de janeiro do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, ouvido na comissão na condição de testemunha ao longo desta terça (11), obedece uma questão, pode-se dizer, de ética judicial, se é que isso existe. O próprio Cid, em sua fala inicial, disse que é investigado em diversos inquéritos (joias árabes, 8 de janeiro, pagamentos domésticos, vazamento de inquérito sigiloso, divulgação de fake news) e que isso seria razão suficiente para silenciar.
“Sou investigado pelo Poder Judiciário, até onde tenho conhecimento, em pelo menos oito investigações criminais. As investigações que recaem sobre minha pessoa vão além do escopo dos autos dos atos que envolvem os tristes episódios de 8 de janeiro”, começou.
“Deus defende a vida, já o senhor compartilha mentiras sobre a vacina”, disse Duarte Jr. Opôs em seguida “pátria” à atuação de Cid, que, segundo o deputado, “atentou contra a democracia que lhe garante hoje o direito de permanecer calado”. E sugeriu que a testemunha falasse algo na comissão justamente para não comprometer sua esposa, que teve diálogos comprometedores em desfavor do resultado das eleições e do ministro Alexandre de Moraes tornados públicos.
Em dado momento, usou o vocativo “capacho” ao se referir a Mauro Cid, no que mais tarde seria repreendido pelo colega Carlos Sampaio (PSDB-SP), que viu ali “falta de respeito” com a testemunha.
Nota curiosa: postado exatamente ao lado de Duarte Jr., Nikolas Ferreira (PL-MG), da vanguarda bolsonarista, não fez qualquer manifestação durante as falas do colega.