Lula fala em buscar “os US$ 100 bi” de países desenvolvidos e, como num chiste, ataca pela enésima vez Campos Neto

Lula e Marcos Uchôa || Créditos: Ricardo Stuckert/PR

Em live, presidente volta a falar em cobrar promessa dos países desenvolvidos, chama atenção para potencial energético "excepcional" do país e qualifica dirigente do BC de "tinhoso"

Em sua live presidencial da manhã desta terça (11), o presidente Lula defendeu a negociação com o Congresso Nacional, celebrou a aprovação da reforma tributária, reconheceu a limitação das forças progressistas na Câmara Federal e procurou escapar da palavra “Centrão” e da expressão “toma lá, dá cá”. E isso foi só o começo.

Respondendo ao âncora Marcos Uchôa, ex-TV Globo e que abandonou uma candidatura a deputado federal pelo PSB fluminense na undécima hora, Lula logo terceirizou responsabilidades, ao dizer que a imprensa trata a negociação entre o Executivo e o Congresso de maneira “pejorativa”.

“O Centrão não é partido político”, disse, para novamente dizer que a imprensa erra. “Negociamos com partidos”.

Na verdade, dá na mesma dizer que a negociação é com partidos caso esses partidos componham a agremiação adesista decana chamada Centrão. Mas, enfim, como dizem, palavras importam.

“Tem que estar aberto a conversar”, ensinou o presidente, reconhecendo as dificuldades dos partidos de esquerda e centro-esquerda na Câmara e no Senado.

Lula ainda celebrou o “momento especial que estamos vivendo” após os “quatro anos de ataques” do governo Jair Bolsonaro , elogiou o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da PEC da reforma tributária que, ele lembrou, foi “ministro das Cidades de Dilma” e, ao arrolar sinais positivos na economia — “o salário e o emprego vão crescer” –, voltou, quase como se fosse um chiste involuntário, a bater no presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a quem chamou de “teimoso e tinhoso”.

O presidente ainda passeou por temas como política industrial, fortalecimento do pequeno empreendedor, fila na previdência e voltou a tentar falar grosso na área ambiental, dizendo que o Brasil e parceiros que ainda mantêm florestas em pé, como Congo, Indonésia, Colômbia, Peru e Bolívia “irão atrás” dos US$ 100 bi anuais prometidos pelo mundo desenvolvido num encontro do clima em 2009.

“Temos 12% da água doce do planeta. Precisamos tirar proveito disso. É um instrumento poderoso de política econômica,”