Como personagens de Angeli, Eduardo e Flávio Bolsonaro reunificam direita digital

Flávio, Eduardo Bolsonaro e Flávio Dino || Crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado/Pablo Valadares/Câmara dos Deputados/Carolina Antunes/MJSP

Uma provocação do deputado, um vacilo do adversário e a conclusão do senador, eis o modus operandi com que os irmãos reorganizam a tropa

Os  irmãos congressistas Flávio e Eduardo Bolsonaro, este deputado, aquele senador, agem como uma dupla de personagens das antigas do cartunista Angeli. Um faz uma provocação ginasial, e, quando a vítima cai na provocação, o segundo diz algo como: “chamando a gente de bobo, seu bobo?”

No caso dos Bolsonaro, quem conclui a ação entra em campo, em geral, para reclamar de ter tolhida sua liberdade de expressão.

Foi exatamente o que se sucedeu no começo desta semana, quando apenas os dois, Flávio e Eduardo, conseguiram reunificar a militância digital contra o inimigo comum, na véspera dispersa em ataques ao governador paulista, Tarcísio Gomes de Freitas, por conta da reforma tributária.

Eduardo, em evento de grupo pró-armas, fez a provocação, comparando professores doutrinadores a traficantes.

O segundo passo foi dado pelo adversário, o ministro da Justiça, Flávio Dino, que acionou — ou disse que acionaria, o que talvez dê na mesma — a Polícia Federal para investigar a declaração do deputado.

E o fecho veio com o senador, que em sua conta do Twitter, na segunda (10), mandou:

“Flávio Dino é rápido no abuso da máquina pública para perseguir opositores políticos, mas ‘esqueceu’ de acionar as forças de segurança a tempo no 8 de janeiro. Lula relativiza a democracia e Dino relativiza a imunidade parlamentar. Vamos acionar o MPF para investigar seu abuso de autoridade”.

E la nave va. Mais três anos e meio disso, pelo menos.