Em live, Lula fala de companheirismo, celular e Corinthians no “fundo do poço”

Lula || Créditos: Reprodução

Na região de Foz do Iguaçu, aonde foi para encontro do Mercosul, presidente abandona temas da agenda política para solar como um "vozão"

Na manhã desta terça-feira (4), o presidente Lula protagonizou mais uma de suas lives presidenciais. Desta vez à beira das Cataratas do Iguaçu, para onde foi a fim de se reunir com os demais presidentes dos países do Mercosul, Lula novamente tabelou com Marcos Uchôa, ex-repórter da TV Globo e ex-candidato a candidato a deputado federal em 2022 (ele abortou sua candidatura pelo PSB do Rio na undécima hora).

Com um roteiro bem mais aberto do que os das lives anteriores, Lula falou de temas pouco relacionados ao ramerrão da política diária.

Como o uso do celular.

“Não tomo banho com celular”, disse. “Tem gente que só tem duas orelhas e anda com três celulares na mão, quatro (…) Acho que isso é doença. Doença ou prepotência, o cara acha que é importante.”

“No meu gabinete ninguém entra de celular. Daqui a pouco está sentado conversando com um cara que não marcou audiência. [O celular] Fica na portaria”.

Ele contrapôs o uso do celular a algo como que pode ser traduzido pelo verbo “viver”: “Eu me eduquei a não ser dependente digital. Relação humana é o olhar, é abraçar”.

Lula ainda reclamou do uso intensivo do WhatsApp por parte de seus assessores: “Às vezes você manda zap pensando que a pessoa viu, a pessoa não viu. (…) Ligue. Fale ‘bom dia’; fale: ‘O presidente tá querendo fazer reunião'”.

E seguiu na toada:

“As pessoas nem olham para o lado (…) Vamos humanizar a relação humana! (…) Voltar ao que era. Sorrir.”

Lula lembrou de seus tempos de metalúrgico, em que aos sábados era comum a tigrada ajudar na construção da casa dos amigos. Fazer a “parte elétrica”, como exemplificou. “A gente vive muito melhor se aprender a tratar o outro como parceiro, não como estranho.”

Ao final, Lula agradeceu Uchôa por ter puxado conversa sobre futebol e, com isso, ter podido, entre outras coisas, lastimar a situação de seu time do coração, o Corinthians.

“Não consigo compreender como é que o Corinthians chegou aonde chegou. Tá no fundo do poço (…) É preciso dar um jeito de renovar [o elenco] (…) Esse é o problema do Brasil. O Brasil vende um menino com 16, 17 anos e compra depois com 34.”

Uchôa havia mencionado a visita de Lula à concentração da seleção feminina de futebol  no sábado (1º), em Brasília. O Brasil joga a Copa do Mundo a partir do dia 20 e naquele dia disputou um amistoso preparatório com o Chile. Ganhou com autoridade.

“Eu gosto de assistir o futebol feminino (…) É outro ritmo, mas acho que elas tão ficando muito competentes. Espero que a gente tenha sorte na Austrália (…) Fiquei feliz porque a Marta foi convocada (…) Nunca antes na história uma pessoa foi convocada pela sexta vez para a Copa do Mundo.”