A Unipar parece disposta a levar a Braskem, petroquímica que surgiu de uma joint venture entre Odebrecht (hoje Novonor) e Petrobras. No início deste mês, a empresa de Frank Geyer Abubakir, que já estampou a capa da revista PODER em 2021, ofereceu cerca de US$ 10 bilhões para controlar a petroquímica.
O consórcio entre Apollo e Adnoc (Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi) também já fez sua proposta e, segundo fontes, credores da Braskem a consideram melhor que a da concorrente. A Novonor, por sua vez, tem preferência pela oferta da Unipar, de acordo com apuração do Valor Econômico.
Para garantir sua posição, a empresa não perdeu tempo e se reuniu novamente com a Petrobras esta semana. Na pauta, a disposição para pensar em diferentes modelos de transação, o que poderia incluir, por exemplo, a cisão dos ativos da Braskem no futuro.
Apollo e Adnoc também se mostraram flexíveis quanto a comprar 100% da petroquímica, mas exigem manter a gestão do negócio – o que esbarraria em uma questão estratégica. Em entrevista ao Financial Times, Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, resumiu bem o motivo, ao declarar que “é importante que [a Braskem] permaneça sob controle brasileiro, não necessariamente por questões ideológicas, mas de estratégia nacional”.
Mais um na concorrência
J&F é outra empresa que tem interesse pela Braskem, mas ainda não fez sua oferta. Quem está conduzindo as tratativas no grupo e entre os credores da antiga Odebrecht é Joesley Batista e seu sobrinho Aguinaldo Gomes Ramos Filho, que preside a holding familiar.