Quando precisou abafar a crise que se instalava no governo por conta do esvaziamento dos ministérios do Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, moeda de troca com o reacionarismo do Congresso, Lula falou que o “jogo” começava.
Pois bem, uma vez começado, o jogo, pelo jeito, ele jamais termina. Ele, contudo, pode mudar de “campinho”. Nesta quinta (1º), as articulações governistas se voltaram para o Senado. Lula dependia de que ao menos metade mais um dos senadores presentes apertassem o botão “sim” para aprovar a MP do Esplanada, parida à fórceps na Câmara.
E isso aconteceu logo no começo da sessão, pela manhã.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que desde a campanha presidencial de 2022 emitiu sinais bastante simpáticos a Lula, não parece, de fato, querer obstar os planos do presidente. Mais, já disse em rápida entrevista no Congresso nesta quinta (1º) que a Casa deverá logo apreciar a primeira indicação de Lula para o STF.
Sim, coube a Pacheco confirmar, em “on” que o indicado é Cristiano Zanin, o advogado que defendeu Lula na Lava Jato. A impessoalidade foi de vez para o espaço.
A indicação passa por trâmite próprio, devendo ser iniciada na CCJ do Senado, chefiada pelo móvel Davi Alcolumbre (UB-AP).
Amapaense, Alcolumbre, como se sabe, andava um tanto incomodado com setores do governo, notadamente a área ambiental, por conta do veto do Ibama à exploração de petróleo no Atlântico, na chamada “margem equatorial”, que vai do Amapá ao Rio Grande do Norte.
Ainda na legislatura anterior, Alcolumbre, os comentadores lembraram, chegou a colocar na gaveta a segunda indicação para o STF de Bolsonaro, o evangélico André Mendonça, dando trabalho para Pacheco.
Não parece que algo do tipo irã acontecer, mas, como seguro morreu de velho, um laudo técnico do Ibama quem sabe pode se tornar um pouquinho menos técnico.