O secretário estadual de Meio Ambiente do Pará, Mauro de Almeida, usou argumentos bastante utilizados pelos “oil addicts” para endossar a exploração de petróleo na chamada margem equatorial, a costa oceânica entre o Amapá e o Rio Grande do Norte. Em audiência na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável na Câmara, nesta quarta (31), ele mencionou, em dado momento de sua fala, dos prazos ainda demorados para a chamada transição energética, em que o Brasil espera ser carbono neutro em 2050.
Para ele, a transição energética não irá se dar em pelo menos duas décadas por problemas, entre outros, de “coordenação mundial”, que não estabeleceu até aqui uma matriz energética para substituir o petróleo.
Em 2035, segundo Almeida, o Brasil vir-se-ia numa situação em que não alcançaria a transição energética e não teria autonomia na produção de petróleo. Por isso, para ele, a importância de considerar os argumentos da Petrobras pela exploração da margem equatorial.
Dizendo-se a “voz da Amazônia Legal”, ou seja, de todos os estados da Região Norte e ainda o Maranhão, ele ainda fez questão de lembrar que a Noruega, país mais ativo na alimentação do Fundo Amazônia, investido para o controle do desmatamento e outras ações na região, “já disse que não vai abandonar sua matriz principal, que é o petróleo”.
“A economia é que tem que dar solução para a degradação ambiental.”
É bom lembrar que Belém, a capital paraense, acaba de ser chancelada como a cidade-sede da COP-30, a Conferência do Clima, que discute estratégias para conter o apocalipse climático.