Tendo virado vidraça novamente, o PT e alguns de seus cardeais agora condenam atos que não condenavam quando o bolsonarismo dava as cartas no governo.
A deputada federal reeleita Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do partido, foi ao Twitter nesta sexta (3) reclamar da “violência cometida pelo jornal” O Estado de S.Paulo, o venerável Estadão, ao publicar imagem fotografada da tela de seu celular na quinta (2) e dar, assim, conhecimento de uma mensagem recebida por ela do coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.
Bacelar reclamou das indicações, que chama de “perigosas”, do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para o Conselho de Administração da Petrobras. O sindicalista pede a Gleisi que “cave” uma agenda com o presidente Lula para avisar dessas “perigosas indicações” ao Chefe do Executivo.
“Não são pessoas nossas, o Presidente não terá o controle do CA [Conselho de Administração] e temos bons nomes já apresentados a ele pra substituir os 4 ou 3 deles!”, escreveu o sindicalista.
Gleisi, em seu tuíte, fala em “desrespeito ao direito constitucional da privacidade” e indica estudar “medidas cabíveis”.
Nada justifica a violência cometida pelo jornal. Não há desvio, ilegalidade, sequer impropriedade na mensagem que recebi. Há sim desrespeito ao direito constitucional da privacidade – que a todos protege, inclusive às fontes dos jornalistas. Estou avaliando as medidas cabíveis.
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) March 2, 2023
Em janeiro, a tela do celular do ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP-PI), também foi fotografada, e a imagem, publicada pela Folha de S.Paulo, revelou que o atual belzebu do governo Lula, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ainda participava de um grupo de ex-ministros do governo Bolsonaro.
Não se ouviu reclamações de Gleisi e seus coetâneos da “violência” cometida então pela fotógrafa Gabriela Biló, da Folha.