O ministro do STF e presidente rotativo do TSE, Alexandre Moraes, vive um momento de identificação plena com o seu trabalho – ou com os frutos do trabalho.
Na segunda-feira (12) surpreendeu com um discurso bastante duro na cerimônia de diplomação de Lula e Geraldo Alckmin. Ele louvou o trabalho da Justiça Eleitoral, entre outros atores democráticos, por ter de lidar com “extremistas, autoritários e criminosos” que tentaram, por via do “discurso de ódio e das notícias fraudulentas”, atacar a democracia.
“Esses extremistas, autoritários, criminosos não conhecem o Poder Judiciário brasileiro”, disse.
Nesta quarta (14), em seminário interno do Supremo chamado “STF em ação”, ele fez um comentário, quase uma pilhéria, após discurso do colega que o antecedeu, Dias Toffoli.
Toffoli havia chamado atenção para os efeitos danosos da desinformação nos Estados Unidos e para a atuação da justiça daquele país ao enquadrar e criminalizar os invasores do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, na cerimônia que sacramentou a vitória eleitoral de Joe Biden.
Disse Moraes: “Comparando os números, ainda tem muita gente pra prender e muita multa pra aplicar”.
Pela ênfase com que recitou as duas orações, o juiz parecia referir-se ao cenário brasileiro, como a se gabar de sua persona de xerife Xandão, o sujeito que prende e multa os agressores da democracia.