Figura completamente alijada do noticiário político nacional, o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, ganhou certa notoriedade no apagar das luzes do governo Jair Bolsonaro por duas ações – um ação e uma inação, melhor dizendo– destes últimos dias.
A ação foi a estranhíssima operação de fiscalização de ônibus e veículos de transporte coletivo nas estradas sob jurisdição de seu destacamento. O evento aconteceu no domingo, 30 de outubro, dia do segundo turno das eleições, e foi intensificada no Nordeste, gerando dificuldades adicionais para o eleitor da região naquele dia. O Nordeste, como se sabe, é a região brasileira em que Lula tem e teve sua melhor votação.
A inação é mais recente, e diz respeito à emissão de multas contra os manifestantes que tomaram estradas para dar azo à agenda golpista da fraude da totalização de votos e da necessidade de intervenção militar. Os policiais rodoviários evitaram tratar os manifestantes como infratores, e só passaram a emitir multas após o Supremo Tribunal Federal determinar a liberação das estradas e prever, em caso de descumprimento, a própria prisão de Vasques.
Cerca de 90% das multas emitidas contra os manifestantes ocorreram depois do ato do STF.