Rosa Weber

Rosa Weber || Créditos: Nelson Jr./SCO/STF

Ministra é confirmada para a presidência do STF no mesmo dia em que tribunal vota para reajustar salários de seus integrantes e de toda a magistratura

Pode ser um mau presságio. Justamente no dia em que o STF voltou a ser vidraça ao formar maioria para reajustar os salários de seus onze ministros e, por tabela, de toda a magistratura, a ministra Rosa Weber foi eleita a nova presidente do STF.

A eleição desta quarta (10) foi digital e pro forma, homologando o nome adrede definido. Rosa irá substituir Luiz Fux e terá seu mandato encurtado, uma vez que ela completa 75 anos, idade da aposentadoria compulsória do serviço público, antes da conclusão de seu biênio.

Rosa foi o único voto contrário da eleição ritual, o que é praxe, já que o futuro presidente vota em seu companheiro de chapa, que será Luís Roberto Barroso.

“Exercer a chefia do Judiciário e do CNJ, para uma juíza de carreira como eu, na magistratura há 46 anos, é uma honra inexcedível, sobretudo quando se tem a sorte de ter como companhia um ministro generoso, competente e amigo, como o ministro Luís Roberto Barroso”, disse Rosa, segundo informou o site oficial do STF.

“Vou procurar desempenhá-lo [o exercício do cargo] com toda serenidade e com a certeza do apoio de vossas excelências, sempre na defesa da integridade e da soberania da Constituição e do regime democrático.”

A edição da revista PODER que chegou às bancas esta semana tem um perfil da ministra Rosa Weber. Ela é elogiada por algumas personalidades ouvidas pela reportagem. Rosa presidiu o Tribunal Superior do Trabalho (TST) antes de chegar ao STF, indicada que foi por Dilma Rousseff em 2011. Em 2018, nas eleições hoje tão contestadas por um de seus vencedores, Jair Bolsonaro, esteve à frente do TSE.

“A ministra Rosa é absolutamente discreta, muito rigorosa, seus votos são técnicos, e ela tem aderência incondicional ao pacto constitucional. Não poderia ser mais adequada para este momento do Brasil, de muita estridência. Ao não reverberar, ela já contribui, e sua presença [na presidência] pode ser muito despolitizadora, o que será positivo para o futuro governo”, disse a PODER Oscar Vilhena Vieira, professor de direito constitucional da FGV-SP.

“Quando presidiu o TSE em 2018, Rosa nunca se omitiu”, completou.