Políticos lamentam morte de Jô Soares

Jô Soares || Crédito: Divulgação /Globo

Lula tenta conquistar dividendo eleitoral ao explorar fala de Fome Zero; Bolsonaro pega carona para vender-se como democrata; Dilma diz ter sido Jô “único na Globo” a ouvi-la durante o impeachment

A morte de Jô Soares repercutiu no mundo político. Com bastante retardo, por volta das 12h desta sexta (5), Jair Bolsonaro se manifestou, tentando capitalizar como, digamos, democrata. “Jô sempre fez bom uso do seu direito de livre expressão. Por muitas vezes teceu duras críticas contra mim, inclusive. Mas foi por viver num país livre, não em um regime autoritário, que ele pode exercê-lo integralmente. Essa é a beleza da democracia.”

Lula pinçou duas entrevistas, uma delas que vale inclusive como arma política nesta eleição, já que fala do Fome Zero.

Simone Tebet registrou em dois tuítes, sem foto ou vídeo, sua “grande tristeza”. “Seus personagens marcaram nossas vidas e o Brasil aprendeu muito com sua inteligência. Meus sentimentos aos familiares e amigos”, escreveu. Ela ainda relembrou alguns personagens famosos da enorme pletora de tipos criados por Jô.

Ciro também usou uma foto de quando tinha muito mais cabelo e foi entrevistado pelo humorista. “O Brasil amanheceu muito triste, com menos motivo para rir e menos ágil no pensar. Perdemos Jô Soares, uma das nossas maiores referências de inteligência, talento e humor. Descanse em paz querido Jô e receba, de todos nós, aquele carinhoso e agradecido beijo bem gordo.”

Dilma Rousseff também se manifestou, no que talvez tenha sido a homenagem mais importante até aqui: “Quando eu estava sob intenso ataque da mídia e dos adversários políticos, pouco antes do processo de impeachment, em abril de 2016, ele abriu seu programa para me entrevistar”, disse, e completou o fio: “Foi uma conversa respeitosa e muito importante. Jô foi a única voz dentro da Globo disposta a me ouvir naquele momento. E disso eu não me esqueço. Ele foi um democrata e era um artista de princípios.”

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