O governador paulista Rodrigo Garcia (PSDB) não passa um dia sequer sem bater no rival bolsonarista Tarcisão (Rep). Ciente de que seu eleitorado de centro-direita também se inclina pelo ex-ministro da Infraestrutura inventado por Bolsonaro candidato ao governo de São Paulo, vive a repisar o velho argumento de ser paulista raiz, paulista do interior, paulista caipira amigo do agro, paulista bandeirante, paulista de saber apelido de time paulista da Terceira Divisão – enfim, tudo que seu rival, carioca, não é.
É uma coleção de disparates se se pensar na vida prática, algo no limite da xenofobia, mas que tem certa lógica eleitoral. Nesta quinta (28), a argumentação de seu tuíte, contudo, também serviria para bater em João Doria, o ex-governador a quem serviu como número 2 no palácio dos Bandeirantes desde 2019 até a renúncia tragicômica daquele no fim de março.
Disse Garcia: “Nasci, cresci e moro há 48 anos em SP. Desde 96, tô na adm pública. Comecei com Mário Covas. Trabalhei com 5 governadores diferentes e fui sec de Estado de 5 pastas. Já imaginou se, do nada, me candidatasse a governador do RJ?! Abram o olho, tem gente querendo usar SP. Aqui, não!”
Nasci, cresci e moro há 48 anos em SP. Desde 96, tô na adm pública. Comecei com Mário Covas. Trabalhei com 5 governadores diferentes e fui sec de Estado de 5 pastas. Já imaginou se, do nada, me candidatasse a governador do RJ?! Abram o olho, tem gente querendo usar SP. Aqui, não!
— Rodrigo Garcia (@rodrigogarcia_) July 28, 2022
Doria, como se sabe, teve muito pouca vivência na “adm pública”, fazendo questão de se apresentar como “gestor privado” na vida pública. Mas a última coisa com que Garcia deve estar a se preocupar nesta altura do campeonato é com as suscetibilidades do finado parceiro.