Aliança histórica do PT com clã Gomes no Ceará faz água

Camilo Santana, Ciro Gomes e Izolda Cela || Crédito: Gov-CE/Reprodução/CartaPlay/Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

PDT, de Ciro Gomes, não topa bancar candidatura a governadora de Izolda Cela, curiosamente quadro do próprio partido, e PT acha desculpa perfeita para roer a corda

O mineiro só é solidário no câncer, dizia Nelson Rodrigues (atribuindo a frase ao mineiro Otto Lara Resende), e a esquerda só se une perante o descalabro.

Ou nem isso.

No ano em que Lula inventou um acordo com seu novo amigo desde criancinha Geraldo Alckmin, conseguindo fazer com que o PT se coligasse com o PSB em estados de arranjos dificílimos, um acordo histórico do PT com o PDT, no Ceará, acaba de fazer água.

O PDT no Ceará hoje é comandado pela clã Gomes, que se tornou inimigo figadal de Lula — e de Bolsonaro — nestas eleições. Mas no plano estadual, as coisas iam bem, com o ex-governador Camilo Santana (PT) tendo sido reeleito em 2018 com votação recorde entre os chefes dos executivos estaduais.

A sucessão de Camilo desandou. O PT queria que a aliança apoiasse a atual governadora, Izolda Cela, que assumiu o governo em abril. Detalhe: Izolda é do PDT.

Como o partido dos Gomes preferiu o nome do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Claudio, o PT se sentiu confortável para romper o pacto, e lançar candidatura própria — certamente sem qualquer chance de vitória contra o candidato bolsonarista que lidera as pesquisas, Capitão Wagner (UB).