É possível afirmar que o presidente turco, Recep Erdogan, seja um dos esteios de Vladimir Putin na Otan. A sentença parece não fazer muito sentido, dado que o pretexto da invasão da Ucrânia pela Rússia foi justamente o fortalecimento da Otan, a organização militar do Atlântico Norte que a Ucrânia ousou desejar integrar.
Mas Erdogan vem mantendo canal de contato privilegiado com Putin. Ele não só tentou promover armistícios, como manteve fronteiras abertas com a Rússia e fez a egípcia quando seus pares na Otan apertaram o torniquete das sanções econômicas contra Moscou.
Quando, há poucas semanas, Suécia e Finlândia, países que por décadas mantiveram-se longe da Otan, manifestaram o desejo de passar a integrá-la, Erdogan rechaçou a hipótese, alegando que os países escandinavos abrigavam integrantes de uma organização curda proscrita na Turquia.
Pelas regras da Otan, basta que apenas um líder de um estado-membro negue a candidatura para o pleito fazer a água.
Nesta terça (28), Erdogan voltou atrás, ao receber garantias de que Finlândia e Suécia não proverão suporte à organização curda YPG, vista pelo presidente turco como terrorista.
Invadir a Ucrânia vem se revelando a Putin não ser aquele passeio no parque gelado um dia imaginado pelo russo.