Exilado no Paraná, “pé vermelho” Moro tenta se manter no debate nacional

Sergio Moro || Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Ex-juiz, ex-ministro e ex-consultor a soldo bilionário de empresa transnacional terceiriza responsabilidade por tentar transferir domicílio eleitoral e reforça críticas a Lula e Bolsonaro

Embora muitos possam argumentar que Sergio Moro jamais conhecerá a decadência pela razão lógica de nunca ter se aproximado do apogeu, a derrocada política do ex-juiz, ex-ministro de Bolsonaro e ex-consultor a soldo milionário da consultoria transnacional Alvarez & Marsal é modelar, digna de nota, um “case” – palavra a ser pronunciada com o sotaque paulistano caricato de Gregório Duvivier.

Mas como o ex-ex-ex não consegue ganhar uma, até numa hipotética competição pelo maior fracasso político do ano ele perde. Afinal, do ex-governador paulista João Doria ninguém tira a medalha de ouro de autossabotagem política.

Pois bem, depois de ver sua transferência mandrake de domicílio eleitoral para São Paulo ser rejeitada pelo TRE-SP, Moro voltou-se para o seu Paraná, que jeito.

E o exílio parece estar sendo um tanto neurastênico, já que ao mesmo tempo em que precisa reforçar sua ligação com o estado natal em busca do voto paranaense para algum cargo no Legislativo, ele segue a tentar dar seus pitacos no debate nacional.

Para ficar bem com os conterrâneos, afixou em sua conta do Twitter um vídeo que procura sublinhar sua conexão com a terra (roxa): “Sou bicho do Paraná, legitimo pé vermelho, de Maringá”, ele começa.

E logo tenta explicar, à maneira bolsonarista, ou seja, terceirizando responsabilidades, por que tentou se picar dali. Diz  “que foi o “União Brasil, com o objetivo de construir projeto nacional contra a polarização e os extremismos”, que o filiou em São Paulo, “o maior colégio eleitoral do país”.

E chovem imagens, com trilha sonora tensa, de situações de conflito, helicópteros da PM de São Paulo, aviões da FAB etc.

No âmbito nacional, ele faz comentários, que deve imaginar sardônicos, às trapalhadas do governo federal e aos passos de Lula, sempre tentando associar o capo petista com a corrupção. Pontos de exclamação são mobilizados.

“Mudar a lei das estatais só faria sentido se for para afugentar o investimento estrangeiro e abrir o caminho para Lula indicar José Dirceu para a Petrobras. Quem realmente deseja diminuir o preço da gasolina e do diesel não leva isso a sério!”, tuitou.

Vai bem o ex-ex-ex.