A empreendedora Catia Stoyan, fundadora e CEO da Stoyan Energia Solar, não apenas foi finalista do prêmio Rise to the Challenge, organizado pela WeConnect International, como venceu as duas categorias em que concorria, inclusive a mais importante delas, a de mulher empreendedora, em que disputava com outras oito mulheres do mundo todo.
A trajetória de Catia foi rapidamente pincelada nesta PODER ONLINE na terça (21), e nesta quarta-feira (22), conversamos com a empresária. Ela, evidentemente, estava muito feliz com as premiações e, especialmente, com a possibilidade de realização de novos negócios que o prêmio deve lhe facultar.
A WeConnect certifica empresas com sócias mulheres e procura criar networking global para fomentar a equidade de gêneros em postos de liderança corporativa. A indicação da Stoyan Energia como finalista na categoria “negócios sustentáveis e energia” partiu da Unilever.
Veja a seguir os principais pontos da entrevista.
A REPERCUSSÃO
“Já fomos contatados por departamentos de compras de empresas que acompanham o prêmio. Havia na premiação muitas companhias preocupadas com o ESG, e um dos pilares para a certificação [ESG] é equidade dentro das organizações [e naquelas que recebem investimentos de fundos atrelados ao ESG]. Além disso, nosso produto é energia [limpa], que ajuda a cuidar do meio ambiente, ajuda na transformação que estamos vivendo. Creio que o prêmio contribuirá para a internacionalização de nossos negócios, que já começou no Chile. Queremos aumentar a participação da América Latina.”
O PROJETO VITORIOSO
“É de 2015, na ilha do Marajó (PA), feito em parceria com o programa Luz para Todos do governo federal (Dilma Rousseff) e com a Equatorial, concessionária de energia do Pará, que mapeou as localidades sem luz. Atendemos 75 famílias ribeirinhas que não tinham luz, usavam lampião, gerador a diesel. É um projeto sustentável, que contribuiu para o aumento de renda da comunidade, que é de pescadores e que não tinham como conservar o que pescavam. Com a luz, houve aumento de renda da população. Hoje o sistema de cobrança da luz, que é inovador no Brasil, é feito com a venda de créditos, como no caso dos celulares pré-pagos”
PRESENÇA FEMININA
“Estou num ambiente muito masculino, antes de fundar a Stoyan há 13 anos trabalhei em empresas como a Siemens e a Shell. Já fui a única mulher numa reunião, mas nunca fui mal tratada. Não saberia dizer se já perdi negócios por ser mulher, mas sei que já perdi muitos negócios. É um tema em que vamos evoluindo. Na Stoyan tento sempre equalizar [os gêneros], esta semana mesmo contratei uma engenheira, mas vêm sempre mais homens nos processos seletivos. E eles sabem se vender melhor, é algo que as mulheres deveriam aprender.”
ENERGIA SOLAR
“Nossa empresa cresce a uma taxa anual de 25% desde 2020. Não é grande, são 46 colaboradores, considerando aqueles sob regime CLT intermitente, que trabalham por empreitada. Este ano foi aprovado um marco regulatório, o que pode deslanchar o setor a partir de 2023. É importante, traz segurança jurídica para o investidor, faltava isso. Mas o Brasil poderia crescer muito mais, temos muito sol aqui. Nossos painéis são importados da Sun Power, empresa dos Estados Unidos, que tem ainda planta no México. São os painéis mais eficientes do mundo. E saem até mais barato do que comprar das companhias que montam no Brasil [notadamente as chinesas], mas que os fabricam fora daqui e ganham incentivo do BNDES. A conta não fecha.”
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