Em dia de estreia no metaverso, França capitaliza endosso de Alckmin

Geraldo Alckmin, Márcio França e Fernando Haddad || Crédito: Gov-SP/Pedro França/Agência Senado

Em disputa renhida com Fernando Haddad para ser ungido candidato da coligação PT-PSB ao Bandeirantes, ex-governador ri de orelha a orelha com a fala “É Marcio aqui e Lula lá” de Alckmin

Parafraseando o colunista Ancelmo Góis, de O Globo, não é nada, não é nada, é alguma coisa. A declaração do ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB) nesta quarta (22) em favor de seu correligionário Marcio França, que pleiteia ser ungido candidato ao Bandeirantes pela coligação PT-PSB-PCdoB-Rede-Solidariedade, foi devidamente capitalizada pelo político, que também já foi inquilino no Bandeirantes por alguns meses em 2018 justamente quando Alckmin renunciou para concorrer ao Planalto.

França, como se sabe, disputa com o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad a indicação para a cabeça de chapa em São Paulo, e a aguerrida disposição de ambos pleiteantes em não largar o osso pode gerar um problema difícil de lidar para Lula e outros cardeais do PT. Pedir nova renúncia de Haddad, que foi para o sacrifício nas eleições de 2018 contra Bolsonaro por conta da prisão de Lula, talvez seja exigir demais de sua flexibilidade espiritual.

Vocação para Diógenes tem limite.

Seja como for, França deve estar rindo de orelha a orelha com a desenvoltura com que Alckmin brindou o parça em evento do PSB. “Em São Paulo, o nosso líder tem nome e sobrenome: Marcio França. Tamujuntu, viu Marcio, tamos juntos. É Marcio aqui e Lula lá”, disse.

No Twitter, nenhum cardeal da coligação se manifestou sobre a incontinência de Alckmin. Nem mesmo ele, Geraldo. França compartilhou o tuíte com a gravação.

E já que está difícil conquistar votos “amassando barro”, na expressão muito utilizada por Alckmin em tempos idos, França busca novas abordagens no… éter. Nesta quinta (23), ele lança sua campanha ao Bandeirantes no metaverso. Ah bom.

As pesquisas de intenção de voto para o governo paulista têm mostrado Haddad na frente, com França dividindo o pódio com Tarcisão (Republicanos), o ex-ministro bolsonarista carioca que tenta agora pagar de paulista – sem apelar (ainda) ao sanduíche de mortadela para turistas do Mercado Municipal.