“Gente como a gente”, Garcia adota moderação, talvez excessiva, em campanha pelo Bandeirantes

Rodrigo Garcia || Crédito: Reprodução

Com inaudita cordialidade, governador paulista reage a “tratoraço” do ICMS pedindo moratória de dívida para zerar imposto de diesel e gás de cozinha

Atual governador de São Paulo e candidato à reeleição em outubro, Rodrigo Garcia (PSDB) já deu repetidos sinais de que busca construir uma imagem de alguém muito gente como a gente: além de enfatizar sua ligação com o interior paulista – ele é de Tanabi, pra lá de São José de Rio Preto –, fez questão de mostrar um velho Fusca de sua propriedade que usa para claros fins publicitários.

Mas na hora de atacar seus adversários a conversa é muito diferente do que fazia seu ex-companheiro João Doria, a quem substituiu no Bandeirantes. Garcia evita polemizar com Bolsonaro e mesmo com seu títere em São Paulo, o ex-ministro da Infraestrutura e também concorrente ao Bandeirantes Tarcísio de Freitas, o Tarcisão.

Numa sequência de tuítes na manhã desta quarta (8), Garcia usou de ponderação e contenção para se contrapor à ideia do governo federal de passar o trator no ICMS dos combustíveis, imposto que irriga estados e municípios e, portanto, imperioso para os interesses de governadores e prefeitos.

Escreveu Garcia: “Querer reduzir preço começando pelo ICMS é como colocar o paciente pra examinar o médico. A nossa proposta tá na mesa, é + rápida e fácil de ser implementada.”

A proposta ele explicita em seguida, na sequência do “fio”: “O governo federal suspende o pagamento da dívida dos paulistas com a União por 2 anos. Eu uso esse dinheiro para zerar o ICMS do diesel, etanol e gás de cozinha e reduzir a gasolina. Não precisa de PEC pra isso. É mais justo e rápido.”

Finalmente, com moderação explícita, completa: “Lembrando que São Paulo sempre ajudou e ajuda o Brasil. Ano passado, mandamos R$ 716 bi de impostos pra Brasília. Só voltou R$ 47 bi pra SP.”

Tarcisão, em recente entrevista a O Estado de S.Paulo, disse descrer das chances de Garcia chegar ao segundo turno. “Há um cansaço do eleitor paulista com o PSDB. A gestão dos últimos quatro anos deixou muito a desejar. E falta [a Garcia]ao estar colado em um candidato presidencial forte.”